A poesia não pede passagem, palavras não precisam “permiso”...
A poesia chega,
mete o pé na porta,
revira toda a casa,
amassa as roupas,
abre todas as janelas e todas as torneiras,
liga todas as tomadas,
faz os objetos flutuarem...
Faz da casa uma orelha atenta.
Falta ar,
os olhos olham pra dentro sem centro,
a boca se enche de nada;
tudo sob a lei da gravidade dos versos;
tudo disperso, imerso, reverso.
As quatro bocas do fogão, ligadas.
Panelas borbulhando. O forno aberto.
Para onde vão os versos do poeta... vamos juntos, vamos todos.
Pode cair a casa que não nos moveremos enquanto não acabar o poema.
Pode ter um terremoto que sou todo ouvidos à suspiros ou gritos.
A poesia vem... e como ela chega ela vai.
Mas quando ela está, só vai... e há o flutuar de tudo. Há o flutuar...
Fernando Saldanha
Ah, que lindo.
ResponderExcluirMe lembrou nosso final de semana.
Beijo!
Mo
Hummm Fernandito flutuei nos teus versos,, que bonito!
ResponderExcluirBeijo
Lud
"Pode cair a casa que não nos moveremos enquanto não acabar o poema."
ResponderExcluirQue caia o teto, o tijolo, a laje..assim,
que Kaia na cabeça!!
Dalhe Nandico..a poesia chega..assim como chegaste a ela!!!
Abração
Lauro Marçal!!