O Livretu é um...

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Porto Alegre, RS, Brazil
Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

É sorte ou morte...



Sonhei que perdia os dentes
Por um fio, pendurados
Na corda bamba
Eles estavam frouxos
Balançando

E eu mordia os meus dentes
Com a minha gengiva.



Nandico, o Saldanha.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Porto Alegre dos Nossos


Porto tri
Porto do monumental
Porto do pôr-do-sol
Porto dos encontros
dos desencontros
dos mil encantos,
Porto Alegre!

Da cidade baixa
À Ipanema...
Da zona sul, centro e zona norte.
Fronteira com Canoas, Guaíba...
E sem limites para sonhar,
Para criar,
Jogar tudo pro alto,
Pegar a saída
E dar a partida nas utopias.

Entrar pelo Gasômetro e
sair pela Feira do Livro,
Vagar sobre os copos de Polar
Flutuar entre os martelinhos de Chicas,
E ter sempre do Lago, aquele ar ...

Almoçar no "Tudo pelo social",
Tomar aquele chima na Redença,
Suco da Lancheria,
E ainda, jantar no Cavanhas, aquele 373!
Tudo sem ter um final,
Apenas uma vírgula,
Um eterno recomeço,
E sempre novas possibilidades
Sem nenhuma licença,
Para sonhar, beijar ou inventar.

K.L.M.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Deixa eu te contar

O café amargo
Tem o gosto dos meus receios
Da conversa que não tive
Quando estavas do meu lado

Diferente do sabor
Do beijo roubado

Fundem-se os gostos
Do beijo, dos receios
Pronto!
Instalou-se a confusão
No cenário dos meus anseios

Revolto-me comigo mesma
Não consigo te alcançar
Tentando te buscar
Devagar a divagar

Não faz assim
Deixa eu te contar
Das minhas vontades
Minhas virtudes
Meus vícios
Eu suplico

Não é coisa pra um dia só
Vai até longe daqui
Levarás contigo
Minhas fitas coloridas
Depois de desatados esses nós

Agora vem!
Pega na minha mão
Fixa teus olhos nos meus
Não há nada além daqui
O universo se resume a você e eu

Soam as palavras dos meus lábios
Penetram teus ouvidos atentos
Te Gosto
Simples!
Tenho a resposta na expressão do teu rosto

Agora veremos
Se me levas com as fitas coloridas
Para que deixe de ser amarga a vida

Vamos ao cinema
Escutar um choro, samba, jazz?
Não importa o tema
De qualquer maneira
Mostra-me quem tu és


Chega dessa escuridão
Se não quiseres falar
Tudo bem
Busco a compreensão
Pelos teus atos, teu olhar

Mas te digo
Para isso acontecer
Intenção
De fato
É preciso haver

Se não houver
Sei meu destino
Vou me levar a outras direções
Livrar-me desse desatino.

Lud

sábado, 13 de dezembro de 2008

Crônica sobre Juremir “martelo”

Como é importante o tempo para valorizar o ato de repetidas ações!
Li, no intervalo de quatro dias, duas crônicas do Juremir “martelo”. Fui um pouco exagerado, para quem lia uma por ano. Obviamente, não curti a leitura da segunda crônica e fui levado a repensar minha opinião sobre a primeira. È claro que se eu tivesse lido uma a cada ano, como antigamente, teria guardado-as com mais carinho na minha memória.

A primeira era hilária, daquelas de dar risada sozinho. A segunda começou muito engraçada também, porém em seguida comecei a achar tudo chato -combinações de palavras, distribuição dos parágrafos- comparava tudo o que podia com a primeira. Consegui, até mesmo, achar uma frase que se repetia nas duas. Era a seguinte: “dar bafo no pescoço...”, e isso foi o fim da picada para mim. Estava realmente odiando a leitura daquele segundo texto, e odiava também a cara do cronista na parte de cima da folha do jornal. Cheguei ao ponto de nem ler o último parágrafo antes que vomitasse tudo em volta.

Percebo, agora (um dia depois), que não foi culpa das “marteladas” que Juremir dava em quem fosse que aparecesse nos seus escritos, e sim do pouco tempo que deixei entre a leitura de ambas. Há atos que repetidos seguidamente se tornam chatos e desvalorizam-se, como por exemplo: comer duas bolas enormes de sorvete de creme;
escutar dois álbuns inteiros dos Beatles na seqüência; trepar duas vezes seguidas com a mesma gata na mesma posição; tomar dois tragos em noites consecutivas na mesma festa; e até mesmo, viver duas vidas (uma após a outra) sem dar um espaço de morte. Isso tudo se torna enjoativo, entediante e deixa a vida sem criatividade.

Não querendo “martelar” as orelhas do nosso querido cronista Juremir “martelo”, deixarei o tempo levar essas crônicas latentes agora em mim e voltarei a lê-lo em 2010. Moral da história: dê tempo ao replay!

(dois dias depois)
“Me passa o jornal! Quero só dar uma olhadinha no que ele escreveu hoje.”

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A BEIRA DO CAPÃO

FIZ UM POEMA
NA AREIA
AO SOM DO SOL
E O CALOR DO MAR

ERA LINDO!
CITAVA BONS SENTIMENTOS
(SEM EXAGERAR)
LEMBRAVA VELHOS AMIGOS
(DE VERDADE)

NÃO HAVIA RIMA,
MAS UM RESQUÍCIO
DE VIDA, ISSO SIM!

OPA! - PISARAM NA MINHA POESIA-
PERDEU-SE UMA PALAVRA
É BOM NÃO ESTAR SOZINHO, ÀS VEZES

...O SOL É INTENSO,
O MAR TAMBÉM...
UM CACHORRO,
MAIS UM...

LEMBRO DE UMA PARTE DELA:
..."UMA CRIANÇA JUNTA CONCHINHAS"...
COMO ERA LINDO!

DE REPENTE:
UMA ONDA,
FOI-SE A POESIA

PAREI DE ESCREVER
A VIDA ME ESPERAVA.


AOS AMIGOS LUCA Y LUIZ FELIPE

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Não Sou Flor

Quem sou?
Queres saber?
E me perguntas
com essa cara deslavada?
Pois sei que, vaidoso te preocupas
Com o que foi que fiz das rosas
Que em mim andavam rodeadas

Aproveito o tédio inspirador
Que, inocente como tu;
Vai chovendo docemente
As minhas lágrimas de amor
Para dizer-te atrapalhada:

Não sou nada!
Sob a imensidão da noite enluarada
E sou menos ainda
Quando vejo de minhas mãos estendida
Uma pobre rosa murcha e caída
Uma pobre rosa desbotada.

Outrora tão linda
Cai no chão distraída
A rosa singela
E num instante, sobre ela
Surgem todos os poetas
Escondidos nas estantes
E pisoteiam sutilmente
O meu presente tão errante
A minha rosa tão amante
...Ó minha rosa tão bela!

Tão exuberante ela era
Que, respondendo tua pergunta
Posso dizer que sou aquela
Que, do chão, as rosas junta
...Numa tentativa ousada e incessante
De reconstruir por um instante
Ainda que uma só pétala
O cheiro, o brilho petulante
Da minha linda e sestrosa rosa
De todas as flores a mais bela!


Morgana

Várias
Mais de uma
Menos de cem
Muitas
De mais de uma só vez
Mas é só molhar el cuerpo
Transfigurar
Todas é uma só
Só não é nenhuma
Identidade
Cada gesto, sua entidade.
Alongar os braços
Posso te devolver isso quantas vezes você quiser
Repetindo ciclos viciados até a exaustão
Alongamento
Movimentar as pernas
Querendo
Me aproximando
Querendo
Me afastando
Mexer com a boca
Assoprar qual queres umas como pó
Consegues passar por elas e chegar na essência de uma só?
Maneiras minhas de me equilibrar sobre meus tortos pés
Percebendo ao contar histórias para cada dedinho meu
Que eu mesma talvez você não reconheceu
Uma
Apenas
Não mais que isso
Mulher
Menina
Amiga
Mãe
Filha
Irmã
Todas lançadas aos malabares
Da nossa persistência e desunião
Não foram suficientes
Como é que vou saber se o são?
Sei que há em ti
Outros Também
A diferença sempre se faz presente
Nos tornados, iguais

Entender todos nós
Todos os nós que há
Entre nós
Ensinando a vivência aguçada do minuto
Mais um segundo
Guarda com carinho
Não foi de nenhuma delas
Foi de mim que nasceu!
Uma exímia lenhadora
Cantando não mais pelas palavras
Pelo olhar
Sente bem esse serzinho
Não te preocupes
Não ficarás sozinho
Com sal e açúcar
Tens em ti uma semente amada
E trago comigo a sensação das tuas mãos
Mas não posso deixar de escrever
Como uma prece sempre renovada
A cada domingo
A cada musica reinventada
Ouvida e lembrada
Deixa de lado aquilo
Sigamos juntos o caminho
Quero contigo chegar
P.M

sábado, 6 de dezembro de 2008

Cozinha da tia kaká






Cozinha da tia kaká

O passado gosto mal passado
O futuro pode ser cozinhado
Mas o presente eu como cru

Poucas mentiras deslavadas
Algumas verdades desbotadas
Mas não me canso de falar

Antes um maluco do que um normal
Antes estar mudando do que tudo igual
Antes um maluco do que um ser mortal
Mas o pior é ser sem sal

Cozinha da tia kaká



Marco Antonio Kauffmann

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

SIMPLES


Pensei...
No chocolate que não comi
No beijo que não dei
No amor que não tive
No filme que não vi
Na vida que não vivi...
Parei,
Encarei,
Tudo e todos,
Levantei
E reagi...
Repensei,
Nos amigos que fiz,
Na comida que degustei,
Nos momentos que curti
Nos abraços que dei...
Bela mudança de planos!
Longas noites sem sono,
Tudo para entender, o nem tão simples assim:
Que a vida um tanto ingrata,
deveria terminar com um SIM!

K.L.M.