O Livretu é um...

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Porto Alegre, RS, Brazil
Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.

sábado, 30 de agosto de 2008

Frio
Fino
Fim!

Era doce,
Porém se acabou.
Agora a chuva que bate na janela,
Invade meu peito de tristeza.
E a saudade não é só da Bahia.
E o que era doce se acabou.

Esperança
É mera lembrança.
Vontade
Apenas de tarde.
O João valentão não está mais aqui.
E não vai levar bofetão, não!

Ainda não sei o que é que a baiana tem.
E também não sei o que é o amor.
Mas foi doce morrer no mar?
Nas ondas verdes do mar?
Hoje o doce se acabou!
Amanhã amargo,
Será!
E não há Caymmi para usar,
Contra o fel, moléstia e crime.
Não há nem Rosa Morena.
Acabou-se o que era doce!

K.L.M.

Amor Inverso

Sempre que deixo um amor
Tenho que deixar versos
Sempre que tive que escolher
Entre amar e escrever
Fiquei com o inverso do amor
Que, ao me perceber
...Nele eu me disperso.

Sempre que conto uma história
Tento inventar um mistério
Algo que deixe mais sério
Que me empreste uma glória
E se isso é ser poeta
Concedo-me a vitória!
...Mas me contesto:

...Se o poeta é um amor teimoso
É porque teima em amar
Mas se o amor é um poeta misterioso
Se o amor é isso...
Que me deixa versos...
E tudo o que ainda há de me deixar
Então eu posso morrer poeta
Cansada de tanto amar!



Mo

Anota aí:

Pega primeiro um pote
De preferência grande
Farinha, leite, ovos e manteiga.
E o sabor que quiser se deliciar
Mistura tudo
Mexe bem
Deixa a mistura... ahm
Como é que se diz?
Ah! Lembrei!
Deixa a mistura ficar homogênea
Unta a forma
Liga o forno
Põe a forma, com o bolo junto.
Dentro do forno
Sei que parece confuso
Não vais te afobar!
Deixa 35 minutos
Toma cuidado pra não queimar!
Vai dar uma varrida na casa
Tira o pó da estante
Coloca uma musica bonita
E vê se põe esse corpo todo travado pra dançar
Só não esqueça do bolo
Vai ficar uma delicia
Vai ficar uma maravilha
Ai, todos vão gostar!
Oferece pra vizinha
Bolo feito em casa
Coisa boa de provar


P.M

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Buraco no peito...

E foi assim desse jeito
Que morto entrou pela sala
Do lado esquerdo do peito
Tinha um buraco de bala
Eu já fiquei desconfiado
Bem logo no sangrador
No lugar premeditado
Por onde entra o amor

Será que foi por velhaco
Querer aquele abandono
Contar com aquele buraco
Pra vida sair do dono
Para quem leva por diante
A vida de fachudaço
Não exista quem garante
Que era furo de balaço

De morte não vou chamá-la
Nem com a prova do cartucho
Não vai ser furo de bala
Que vai matar um gaúcho
Ele morreu de verdade
Por outro tipo de bala
Com o balim da saudade
Que abre furo e não cala

Não há prova do delito
Morrer assim desse jeito
De tanto viver solito
Abriu um buraco no peito


Pirisca Grecco

sábado, 23 de agosto de 2008

E de repente eu me senti muito
Muito sozinha
Me deparei com tudo de uma só vez
Senti a saudade mais triste no meu peito
Sem ti
Senti tua falta gigantesca no meu mundo.
Sem ti
Bem fundo, não parava de doer.
Era de noite num canto muito longe da cidade
Como me esforcei pra te esquecer!
Te cuspir numa caixinha
Ficar sem nada teu
Pra ver se essa dor sumia
Pra ver se ela ia embora
Pra ver se ela me deixava dormir
E seguir
Aqui
Sem ti
Senti
A madrugada vindo
E no meu peito a dor sumindo
A lágrima caindo
E no travesseiro o sono me fazendo adormecer.


P.M

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Ó quantas vidas terei?

se uns me olham pelo alto

e outros mal posso enxergar

Ó quantas vidas terei?

se não faço a mínima idéia

de que ponto começar...

Ó quantas vidas terei?

E as vidas que não viverei?

E as que não saberia viver?

Sabendo que nada vê tudo, ó quantas vidas verei?

Murilo
"Quando as coisas se transformam
Quando as coisas se acalmam
Fortes no viver
Que sons lindos
A natureza pode ter

Uma melodia doce
Um instrumento
Porque é bom cantar com você
Um sonhar o universo
E todas as suas cosmologias
Travessias
Travessuras
Num dia qualquer desses
Abraçar você
E no pensamento
Uma música
Um prazer
E no pensamento
Um livro
Um querer
Dois quereres
E até três
E no pensamento
Uma magia
Um dança
Uma poesia
Um circo
Um tecido
Uma dor no dente ciso
E no pensamento
Um gosto
Um rosto
Um corpo:
Você.”
P.M

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Ledo engano é doce ilusão
e essa rebeldia
é uma idéia tardia
de aparência vazia
de pouquíssimas mentes
e conteúdo demente
que implora clemência
a uma geração sem urgências...
nem mesmo um verão sem fim
e uma peste sem cura
nos movem,
nos unem,
nos fazem viver e morrer
como é doce o engano
ledo engano...

Murilo

domingo, 17 de agosto de 2008

"...Cantar era buscar o caminho que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era..."

sábado, 16 de agosto de 2008

Tentando fugir do
clichê
Bastante influenciado
pelo velho
arquiteto
É importante dizer
Há resistência na
TVlisão
Neste natal
A mim e meus confrades
Eu desejo
Que
Bebamos
Mais
e
Falemos
menos.
?

Murilo
"...Passeio calmamente, com olhos, com sapatos,com fúria e esquecimento,passo, atravesso escritórios e lojas ortopédicas,e pátios onde há roupa pendurada num arame:cuecas, toalhas e camisas que choramlentas lágrimas sórdidas."



"Quero saber
Quero saber se você vem comigo
a não andar e não falar,
quero saber se ao fim alcançaremos a incomunicação;
por fim ir com alguém a ver o ar puro,
a luz listrada do mar de cada dia
ou um objeto terrestre
e não ter nada que trocar
por fim, não introduzir mercadorias como o faziam os colonizadores
trocando baralhinhos por silêncio.
Pago eu aqui por teu silêncio.
De acordo, eu te dou o meu como te dou o meu com uma condição:
não nos compreendermos"


Pablo Neruda (Últimos Poemas)

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Decifra-me

Eu preciso te escrever
Recolher meus versos soltos
Soletrar palavra a palavra
As linhas que eu reuni
De modo que fizessem sentido pra ti

Preciso te escrever!
Fazer-te perceber o incompreensível
Deixar nas entrelinhas
O que presumes ser indizível

Vou soltar um grito veloz e vivo
Um grito que voe a penetrar em teus ouvidos
Soando mansamente, aconchegando-se em teu sono
Para que busques o sentido
Na embriaguez enigmática do teu sonho

Se despertares sem ter decifrado
Depois desse grito alucinado
Abre o livro que lias antes de adormecer
E encontre os versos que reuni para me ler

Leu?
Volta aqui, mais um recado:
Na próxima noite sinta o que tiveres sonhado
Ali estarei, de outra forma terás me revelado
E quem sabe entontecido de sonhar, despertes assustado

A luz do sol refletida em tua face amanhecida
Ao teu lado, Eu...
Louca para me desvelar
Num beijo, num abraço, num olhar.

Ludmila Flores

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

SAUDADE

É com todo o meu poder
Que eu te amo e não deixo de dizer
Eu te amo e pra sempre vou te amar
Seja aqui na terra ou em qualquer outro lugar

Tenho sentido tanto a tua falta...
Fecho os olhos e sinto-te tão presente,
Lembro do teu esperançoso olhar
Teu jeito forte de falar...
Coisas que, só alguém como eu, sente !

É te amando que tenho forças
De suportar o vazio que tua ausência me traz...
Não é à toa que estou te escrevendo,
É que meu coração segue doendo...
E, mesmo em lugares diferentes, eu sei,
Que o que aqui eu sinto, aí tu sente.

Quero que estejas confortável,
Abraçado e amparado pelo nosso PAI
O lugar que tu, anjo da minha vida, merece estar
E do meu avô sempre irei lembrar
Como o anjo que fez meu amor mais puro despertar!!!!!

Luíse Cabral de Souza

Para

Sérgio de Paula Cabral

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A única pessoa capaz de fazer valer a pena estar e existir, mesmo que por alguns instantes, é aquela em que tu nada esperas. Em um belo dia, com os olhos manchados da mistura de lágrimas e lápis de olho, tu atravessas a rua, te encontrarás numa outra calçada, ao qual não te dará espaço para lembrar do que ficou para trás. Nem daquelas pessoas que andavam ao redor do teu caminho, além daquela em tu acreditavas que, por obra do acaso, iria tomar o mesmo rumo. Talvez por coincidência cotidiana, acredito que era o pedido do teu singelo coração consumista, querendo emoções fortes, um consolo, algumas soluções, mais alguns problemas, sentir-se desejado, amado, sentir sua existência com mais algum valor. Todos aqueles seres andantes tomaram rumos diferentes, já esquecidos por tua memória. Menos aquela que tu achavas que, por obra do acaso, atravessar a rua iluminada-assombrada-enlouquecedora contigo, quem sabe entrar na mesma paróquia, ao qual tu vais perder teus olhos em frente à ti mesmo. Quando menos esperares estarás dançando um tango novamente com o rapaz que vai atravessar da outra rua, em direção ao lugar que nada esperava.

Giordana Winckler

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O Corpo
O corpo-mente
O corpo-alma
O corpo-espírito
O corpo-razão
Cada corpo uma fantasia
E cada corpo e seu lugar
Expressa e inspira
Respira
Um milhão de insetos
De Células, neurônios.
Atônitos
A piscar
Corpo, às vezes da tristeza.
Corpo, às vezes só alegria.
Estão todos dançando e tentam falar
E tentam gritar
E tentam calar

SILÊNCIO!

Vamos tentar escutar!
Ouvir
Vocês não ouviram?
Ouçam!
São vários
Dentro de um só
A pulsar

Eu só não sei dizer
Por que
Afinal de contas
Pois todos sabem
Que pés com meias furadas
Dentro de um par de sapatos bonitos
De nada adiantam, nada significam.




P.M

****


Sumiço não anunciado

Onde anda você?
Que não me responde,
Que se some,
Que me consome
E ao mesmo tempo me deixa insone?

A cerveja não tem mais graça
A cachaça me arrasa,
E o vinho não me arrasta.

Quando voltar...
Que tal o brilho do olhar?
E as ondas do mar?
Só para brindar nosso luar!
K.L.M

sábado, 9 de agosto de 2008

Não sabia o que fazer
Aquilo tudo era muito novo
De novo
Ao ponto e bem no ponto
Que seus pés pareciam não ter firmeza no chão
No chão, ao contrário, pareciam flutuar
Procurava à calma
Procurava muito
Sempre a procurou, e quando percebia que ela estava perdida
Ai sim era quando mais precisava dela
A calma
Acalma
Incessantemente
Foi para um cantinho da sala, imaginou e quis alcançá-la com muita vontade.
Que vonta de
Um dia ela ia ter de vir, em algum lugar ela estava.
Não era possível, esquecer dela em tantos lugares
Não lembrar onde a deixou
A deixou escapar
E foi quando olhou para o céu que a sentiu
Que assentiu
Em forma de cavalos marinhos
P.M

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Bem vindo

Não ao refúgio,
Da liberdade.
Vai! Enfrenta os pressupostos impostos.
Deixa de ficar nesse tédio,
Larga de bondade
E vem pro mundo dos injustos.
E bem vindo a tudo.

Amanhã, ninguém sabe!
Talvez não nos cabe
Sejamos amantes,
Ou algo mais tocante, ou então delirante?
Porque contigo rima mais,
Mas sem, nada mais além.

K..L.M



segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Já que crias, dentro de ti, um personagem
Ora... Cria-te logo em vários!
Deixa-os vir feito missionários!
Bravos, por achar em ti lugar algum
Até que finalmente te levem
As várias lindas faces que não tens

O que tens são facetas, descuidadas
Encara e nomeia tuas pequeninas
Dá a elas algum afago
E ainda faz te trazerem frescas rimas!

Já que vestes tua bela máscara
Ora, pinta logo de uma vez
Todas as tuas caras desmascaradas!
Deixa todas nuas de tua desgraça
E pinta como elas mesmas são.
E desfila... Ah, como desfila orgulhoso
Toda a graça de suas flores pela praça
Pintadas como se fossem todas suas.

Eu nenhuma cor tinha
Antes de escrever esta linha.
E ainda assim, nunca conheci um só personagem
Que não coubesse em mim.
Que não chegasse entrando, assim
Sem bater, chorando, sem ter nem crer em mim.
Sim! Dei caras e cores a todos!
Saí por aí desfilando todos
Os meus queridos rostos
...Conheço-me em detalhes
Tanto quanto desconheço
O que faz de mim sempre
O teu próprio e pior esboço.


Mo

sábado, 2 de agosto de 2008

Tudo, Tudo É Nostalgia.
O Passado É O Que A Gente Queria...
Nessa Vida Tão Apática
Todo Mundo É Normal!
Do Tempo Que Tudo Podia
Ingenuidade Máxima!
Pureza É O Que Se Sentia
Agora O Mundo É Tão Sem Graça!
Normal É Muito Relativo
Quem Realmente É Assim?
Na Busca Pela Diferença
Eles Se Vêem Em Mim
Agora Nada É Rebeldia
Inércia É A Regra Geral
Olhar Para O Seu Próprio Umbigo
Ó Existência Banal!
Tudo, Tudo É Nostalgia.
Só Pra Frente É Impossível Mirar
E Nem Tudo É Alegria
Quando Sabemos Onde Vai Parar
Se Esta Simples Poesia
Fez-Te Ao Passado Viajar
Você Pratica A Arte
Arteiro A Nostalgear
Tudo, Tudo É Nostalgia
Quase Tudo É Nostalgia
Nada Quase É Nostalgia
Só Em Frente Alguns Hão De Olhar...
Murilo C. Nunes