O Livretu é um...

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Porto Alegre, RS, Brazil
Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Os quadros da minha casa

Lá em casa tem muitos quadros,
Alguns fui eu que fiz,
Outros minha mãe.

Às vezes o quadro
Nem é meu, mas
Quando percebo uma
Pequena aprovação na face
Do visitante - ao mirá-lo
Vou logo dizendo:
- Esse é meu!
Antes mesmo de perguntarem de quem é.


Sou sempre assim,
Autêntico, de forte caráter
E não escondo nada de ninguém


Ontem mesmo, uma amiga foi
Em minha casa
Sentou no sofá... Admirou
As obras... De repente
Aquela pergunta esperada:
“De quem é aquela pintura?”
Me adiantei, emocionado:
- Esta? Fui eu que fiz!


Ignorei total
O conhecimento artístico da minha amiga.
Era a Monalisa,

De repente, ela me surpreendeu
Dizendo que já havia visto
Aquele quadro outras vezes


Para não perder a pose
Acobertei dizendo:
- Meu com meu amigo Leonardo!

BRUNO ARÁMBURU

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Adeus, até amanhã!


Lud!

Sob a luz da lua
Nos sentimos assim:
saudosos, tristes, porém;
É o teu sorriso
Que deixas aqui
Em nossas lembranças
E é aqui que moras!
Na geografia, em Porto.
No tempo? Agora.
Não tenho tempo tenho amor
Amor pelo que não é perfeito
Mas amor pelo que é preciso
Manter-te acesa em meu peito
Sempre, para sentir-me viva
A liberdade das crianças,
O amor das crianças,
O amor dos abraços,
A liberdade é uma criança?
Dá-me um abraço
Dai-nos abraços
Dai-nos a felicidade de te ver feliz.
Terás para sempre teu espaço aqui, e tu sabe!
Sabe que leva algo de nós
E deixa algo de ti
Morena Lud Flor Bela!

Daison, Murilo, Bruno, Morgana, Cles, Diego, Bruna e karin. 19/02/2009


***



Soneto do amigo


Enfim, depois de tanto erro passado

Tantas retaliações, tanto perigo

Eis que ressurge noutro o velho amigo

Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado

Com olhos que contêm o olhar antigo

Sempre comigo um pouco atribulado

E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano

Sabendo se mover e comover

E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica

Que só se vai ao ver outro nascer

E o espelho de minha alma multiplica...



Vinicius de Moraes

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Chove....




Pingo que cai
Escorre pelo parapeito da janela,
Pelos dedos gelados,
Envelhecidos pela labuta,
Vermelhos de apertar
o coração cansado
de amar sozinho.
Assim como a chuva vem,
Leva um pouco de nós,
O
amor também carrega
Um pouco de nós.
Às vezes como enxurrada,
Às vezes como garoa,
Às vezes desmonta,
Às vezes sequer molha, apenas chuvisca
Toca levemente nosso batedor.
Ou vai do sublime à loucura
como poucas precipitações pluviais,
Daquelas enchentes sem aviso prévio.
Adoração, amor, loucura, paixão:
Podem vir acompanhadas da chuva ou da tormenta,
Talvez valha a pena correr o risco!





K.L.M.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A vida lá no céu


Ouvi dizer que lá no céu

a vida é melhor do que na terra

que os campos são mais verdes
que a água é mais límpida e
a paz reina em tudo e em
todos seres que lá vivem

no céu, a música soa mais leve
como se perdesse a gravidade dos fatos
como se ganhasse a gravidade da lua

lá, as pessoas se embriagam de alegria e felicidade
(estado de espírito que nunca deixam de habitá-las)

Dizem que no céu, os valores materiais se perdem,
deixamos de lado o corpo
-mas sem perder a identidade-
e passamos a ser unicamente espíritos...

...espíritos flutuantes, invisíveis,
intocáveis e incomensuráveis!

Lá no céu, nos alimentamos de uma energia
que jamais se viu na terra (e que há em abundância)
energia essa que vem da ausência de valores,
que vem... do encontro dos espíritos e os torna
um único ser perfeito e eterno

no céu a vida parece ser muito melhor,
apesar de que quem vai pro céu não tem mais vida!
"peraí"!: que tipo de vida é essa então, que surge
da ausência de vida??? e ainda...

...não come, não bebe, não joga,
não mente, não briga, não liga, não diga,
não suja, não chora, não ama, não chama,
não mata, não voa, não nada, não respira,
não transpira e não morre???

a resposta, meu caro amigo,
a resposta não se transmite
vem à cavalo, no seu devido tempo,
para cada um de nós.


ao mestre Biratuxo
Bruno

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


Conheci Luiz de Miranda num tempo em que a solidão

(provisória)

e o medo tomaram conta do Brasil.

A besta fera andava à solta

calando bocas, quebrando dentes.

Conheci o poeta Luiz naquele tempo

amargo, doente e reticente.

Tempo de telefones grampeados

soldados, mordaças e barreiras.

Conheci o poeta num tempo de poucos amigos,

desconfianças e paranóias.

Mas, os poetas, loucos e boêmios,

não respeitam regras nem responsabilidades.

E foi justamente nessa época,

que nos tornamos solidários e cúmplices.

Entre Trinta copos de chopp,

trinta homens sentados,

trezentos desejos presos,

trinta mil sonhos frustrados.

No Luna Bar do Leblon,

conheci Luiz de Miranda

o poeta da Uruguaiana.

COM SEUS SIGNOS,

SUA TERNURA,

SUA PALAVRA,

SEU ÓCULOS

E SEU CHAPÉU.



Olinda, Patrimônio da Humanidade, 8 de Janeiro de 1987, Alceu Valença.
Luiz de Miranda participou da Luta Armada contra a Ditadura Militar. Foi perseguido por muito tempo. Teve duas prisões. Recebeu Indenização Máxima do governo do estado do Rio Grande do Sul pelas prisões e torturas.