O Livretu é um...

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Porto Alegre, RS, Brazil
Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Meus Pêssegos

Pão leite biscoitos
casa amora pra dentro
suco de laranja do céu
até que a morte nos separe

Brinquedo de pedra e papel
queijo lanche da tarde
unha e carne para sempre
até o juízo final

Carinho em queixo liso
mordida na bunda branca
para sempre
até que a chama se apague

Envolto em teus cabelos
coloridos cabelos soltos
soltos no ar da manhã
manhã de toda uma vida
vida achada, vida perdida
perdido em um mar de sentimentos
sentimentos estes que não são poucos,
nem muitos,
mas são meus
e são sinceros...

Sinceros como o sol
que todo dia mostra sua cara,
sincero como o vôo do pássaro,
como o cheirinho da chuva
na grama verdinha,
como a uva pisoteada
em barril italiano

Sentimentos,
ah sentimentos!
até que a morte nos separe,
meus sinceros sentimentos.

Bruno Arámburu

terça-feira, 13 de abril de 2010

Cozinha para Todos

É na cozinha que muita coisa acontece
Ela nutre
Ela gera
Mas também desfavorece.

Pois não é toda cozinha que se desenvolve com êxito
Ela é um lugar aonde ainda se tem preconceito
Dessa forma, o estatuto, o sexo e a "raça"
Podem influenciar no seu maior estado de graça.

A cozinha é um Universo imensamente infinito
Porém já teve suas marcas e seus pré-requisitos
Que para ganhar a sua tão sonhada reforma
Teve de passar por uma batalhada história.

Toda a cozinha possui uma própria essência
Onde esconde a sete chaves a sua secreta receita
Carregando consigo um delicioso sabor
O dom exclusivo do trabalhador.

Há aquelas que possuem um único ritmo
Fazendo um tun tun tun tun tun tun
E há outras que se movem com tanto prestígio
Que saltitam logo com o tunchicunrungundun.

Mas não importa o barulho que faça
O que não pode é o silêncio que sugere ou disfarça
O escutar dos estalar dos dentes
Ou o ar triste das crianças carentes
O bater contido dos antigos talheres
E a estigmatização da imagem das mulheres.

Este espaço devia de ser para todos
Até mesmo aos pobres e famintos cachorros
Pois não interessa se têm ou não um caro nome
Os animais também podem morrer de fome.

Contudo, ela é boa pra reunir toda a família
Discutir até altas horas com muita alegria
Disso todo mundo deveria dela aproveitar
Pra do seu bom cardápio saborear
Experimentar dessa rica mistura
E perceber que a vida não precisa ser assim tão dura.

Aline Pauli Mallmann

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"O filho de Deus está morto;
isto é incrível porque é absurdo;
e sepultado ressuscitou;
isto é verdadeiro porque é impossível."





Carne Christi,
de Tertuliano

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Para uma longínqua e querida cidade.

No princípio eras só cenário, onde tudo o que tu tinhas podia caber num simples armário. Depois me foste dando vozes, risos, corpos, tristezas, insônia que, talvez, pela eterna busca de tu primeira, tu estonteantemente nova e bela e tridimensionalmente na minha beira, tive que simplesmente um dia parar e dizer, para mim mesmo: "sinto muito, mas não era isso que eu queria".

No princípio eras Marlboro, Kolynos, esperma, cafeína. Era “Eu Te Via, Todos os Dias”, e isso era o suficiente para que eu comungasse contigo os minutos e um pouco do meu vão. Mas quando se quer repartir teu chão, tua ternura vem na contra-mão. Tua ternura vem na contra-mão.
No princípio, te cortei em rodelas, muitas vezes, depois de te trazer pra casa com a minha memória. Depois me vieste, sólida, líquida, fervente, onírica, fria. Me vieste como um estupro na minha alegria.
Saía por teus semáforos, teus quase atropelamentos, e me vinham as tuas pessoas, teu passado, tuas mesas de bar.
Fui me confundindo com a tua presença, me perdendo para ser salvo por ti. Me acabei em ti para poder te entender. Pra poder te compartilhar. Parece contraditório, mas não é. Pois é só mergulhando que se emerge.
No princípio eras só um cenário. Mas depois. Depois tu foste, ainda que a duras custas e soterrada por saudade, passado.

Guilherme Mazzocato

quarta-feira, 7 de abril de 2010

MIRADA 2

Me fazem rosa

Todas essas cores cinzas

De mulher.



Bato minha cinza

Num poço imaginário

E impino todo o rosto para fumar.



Quantas vezes o cigarro

Foi à mão que me faltou...

Enquanto eu lia sobre crenças desnecessárias.



Hoje, analfabeta,

Amo todas as religiões

Que me façam tua.



Onde nas páginas de tecido

E nos crucifixos de algodão

Tu me miras de um ângulo perfeito.



Amo o teu peito profundo

Onde repousa a minha poesia

E onde sou totalmente agnóstica

E incrédula de teorias.



Às vezes penso que ser digna

É o maior desafio do feminismo.



No olhar é que as forças realmente existem.

E tomam vida.



Esta noite vida é para mim

Tudo aquilo em que tu tocas.



E assim, todos os dias estou viva,

E eles são nossos.



Contigo todos os atos são justos.



Todos os primos

São infinitamente multiplicáveis.



Toda raiz quadrada

É a nossa cama.



Toda matemática é pura.



Morgana Rech

quinta-feira, 1 de abril de 2010

400g de chocolate na bunda



choco
chocolate
chocomilk
chocrodilo
chosatanás
choraminga
chochoca
choleite
chorando
chocolate
tim maia

chocomel
chocolingua
chorinha
chow duguns
chocoelho
chonado
choleite
chochoca
choraminga
chocolate
tim maia

chocomilk
choco
chorinha
choraminga
chora
chorinha
chocolate
tim maia

chocoelho da cháscoa