O Livretu é um...

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Porto Alegre, RS, Brazil
Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Diálogo entre Platão e Dadá Maravilha



- Me diz uma coisa Platão, se eles querem dobrar então porque eles não vão reto?
- Meu caro Dadá, justamente porque eles querem dobrar que eles não podem ir reto!
- Sei disso "Plati", mas a minha dúvida é porque eles não vão reto, se eles querem dobrar?
- Dadá, se eles realmente querem dobrar eles não podem ir reto, exatamente para poder dobrar!
- Não me enrola "Plati" com esse papo. Supõe apenas que eles foram reto ao invés de ter dobrado.
- Bueno Dadá, daí concluímos que eles não fizeram o que realmente queriam!
- Mas querido Platão, quem disse que eles queriam dobrar foi tu!
- Caro Dadá Maravilha, isso é lógica e não é coisa para jogador de futebol!
- Concordo Platão, por isso mesmo que vim pedir a ajuda do amigo. Pena que não fostes claro e verdadeiro comigo! Logo eu, teu discípulo mais dedicado.
- Dadá, vai ver se eu não tô lá na esquina!
- Tá ok "Plati", mas... se tu está aqui na minha frente, como tu poderia estar lá na esquina?
- Muito bem Dadá! Destes um grande passo.



Bruno



quarta-feira, 29 de julho de 2009

Preguiça glacial

Frio

Daqueles de não conseguir levantar,

não conseguir se esquentar.

Os pés: duas pedrinhas de gelo,

A mão gelada,

O coração quente,

Os lençóis convidando a continuar

onde está

O cobertor estendido,

Sob o corpo destemido,

Encharcado de ócio.

As férias maximizam esse efeito.

Sem hora para dormir,

Sem hora para acordar,

Sem hora para infinitar.

Gostosinho, como ouvir um jazz,

um samba-canção,

E beber a vida.


K.L.M.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Toicinho de Côco

Baranga, baranguinha
minha mimosa...

Cheirosinha, fofinha,
carinhosa...

O homem que nunca pegou uma baranga,
que de um passo a frente,
e se atire no precipício...
seu verme, escroto,
sub-humano
bagaceira,

chinelão.

Baranga é carne de primeira,
parceirinha, gordinha,
queridinha...

Magrinha, bonita e
modelo
qualquer um leva,
mas pra encarar uma baranga
só existem quatro tipos:
o galo velho,
o galo cinza,
o galo tito e
o galo de rinha...

Vem! vem minha
Baranga bunduda
Baranga italiana, cinturinha de ovo
Baranga carente, cheirozinha
Baranga da vida, Baranga mor
Sopinha de fim de noite
Baranga ciumenta, Baranga gostosa
Raimunda maravilhosa

Já diz o velho ditado:
"Baranga é que nem mortadela
quem come gosta mas não conta pra ninguém"

Porém, eu sou diferente e
não escondo de ninguém,
(pois não vejo o que esconder)
Quando conheço uma baranguinha
Conto logo pros amigos e
falo tão bem da princesa que eles
chegam a ficar com água na boca...
como se ela fosse um toicinho de côco.


Irmãos Coragem

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Longa Noite

A água morna escorre pelo seu corpo relaxando os músculos, adormecendo os pensamentos, mas não os eliminando, um pensamento é impossível de ser apagado, fica ali quietinho, às vezes é esquecido, porém continua a existir, é a matéria não palpável que dá forma à realidade. Pablo tinha consciência deste fato inegável, porém amedrontador, de estarmos presos a nossos pensamentos, juízes mais que implacáveis de nossos atos e a nossos corpos, os mausoléus esquecidos, largados aos caprichos do tempo, que marca sua passagem em ambos, a água morna não é suficiente.

Faz frio, o que aumenta ainda mais a sensação de desolação, veste-se rapidamente enquanto o café esquenta no fogão velho onde apenas dois queimadores são utilizáveis, só, em uma noite de inverno após um mortificante dia de trabalho; tudo se resume a ler um velho livro de páginas ruídas pelos cupins até que o sono chegue, o personagem é tão semelhante a ele que isso o faz perder o sono, aquele livro do cara que acorda e descobre que se transformou em um inseto.

Talvez uma punheta ajudasse a relaxar, mas Pablo está perdido no labirinto formado por seus pensamentos, o pau não sobe, além do mais suas mãos não aguentariam mais uma sessão de onanismo, seu corpo necessita de realidade, seja lá o que isso queira dizer, dito de outra maneira talvez isso signifique, um corpo quente e feminino que lhe ajude a esquecer-se de si mesmo, só lhe resta vestir as calças.

O café desce amargo e morno, não foi aquecido o suficiente e não aquece o suficiente, sente-se uma planta que esqueceram de regar e que aos poucos está perdendo as folhas e secando. Uma trovoada e o clarão de um raio que cruza o céu são vistos através da cortina mal fechada, anúncios de que a tempestade não tardará, a noite será longa, o vento sopra forte lá fora, um pingo lhe cai na face, irrita-se por ter esquecido daquela goteira, enfim a realidade se faz presente.


Luiz Cabelo

sábado, 25 de julho de 2009

Realitea

Eu não tenho a mínima idéia

Do que vou dizer

Quando te encontrar.


Alguma coisa vai ficar?


Posso te escrever algo?


Mas eu nunca fui escritora.

Eu não sou uma ilusão.


Então, te escrevo qualquer coisa.

Qualquer sacanagem.


Uma bobagem que comprove

Que sou real.


E aí, se eu dançar só pra ti?

Me trazes flores no final?


Mo, Nati

quinta-feira, 23 de julho de 2009

As Palavras que Sempre se Repetem


Neste exato momento

Tem alguém nascendo

Tem alguém morrendo.

Alguém dançando

Alguém transando.

Em algum lugar

Há um cara tomando banho

E outro se afogando.

Tem um sujeito levando tiro

Outro roubando e um tal de Carlos chorando...

Tem a menina espiando

Pela fechadura da porta

A namorada dando pro melhor amigo do cara...

E um louco por ai cantando.

Tem a mãe que lê um conto de fadas

A menina sendo estuprada

E o garoto fotografado pelado.

Tem o adolescente bebendo uísque

Um aniversariante

E a grávida com desejo de sorvete de melancia.

Tem criança cheirando cola

Tem uns piás na internet

E o baterista compondo uma música.

Tem família brigando

Uma mulher apanhando

Um traficante fumando

E uma noiva se arrumando

É o grande dia!

Em algum lugar crianças brincam na chuva

E em algum outro morrem de fome.

Tem alguém dormindo

Alguém comendo.

Carros batendo

Gente vendendo.

Gente comprando

Gente gastando.

Gente bebendo

Gente gritando.

Gente beijando

Gente cortando.

Gente lendo

Gente olhando

Gente conversando.

Tem o amigo indo embora

O cara que fica sozinho

Pensando na mulher que ama

Que tanto deseja e não pode ter.

Tem patricinhas no shopping

Uma sessão de cinema lotada

Um gato miando

E uma cova sendo arrombada.

Neste exato momento

Em algum lugar do mundo

Tem um casal se apaixonando

E outro rompendo.

Tem o bebezinho caindo, sem se machucar.

Tem modelo posando

Costureira costurando

Surfista surfando

Pintor pintando

Professor ensinando

Escultor moldando

Caçador caçando

Bailarina dançando

Garçom anotando

E

Policial roubando.

Há o cara vendo a vizinha trocar de roupa distraída

O cachorro enterrando o osso

E osso de dinossauro sendo desenterrado

Tem festa de batizado e formatura.

Tem alguém que acabou de deixar

De acreditar em Deus

E tem alguém vendo a luz.

Tem uma alma queimando no inferno

E outra indo pro céu.

Tem o cara gozando, por trás

E outros dois transando no banheiro

A guria apanhando por que ta grávida

O cara tirando meleca do nariz

E outro colocando piercing

Tem vinte e dois homens de coxas

Bem torneadas jogando futebol

E um alcoólatra dormindo na calçada.

Aquele casal que se separou

Começa a perceber o quanto se gosta

E a criança que estava nascendo

Nasceu.

É uma menina, se chama Constanza

Vai morrer aos vinte e cinco

Acidente de carro, fatal.

Ela vai morrer grávida

E a criança, por um milagre,

Destes que o destino cria às vezes,

Sobreviverá.

Tem um cara sendo multado

Outro no telefone

E um que perdeu a carteira.

Tem uma puta descansando

E um gordo tarado pensando.

Tem uma flor desabrochando

Um lindo dia de sol convidando

Uma escritora tentando parar de escrever

Tem uma porta se abrindo

Um cara sentado, com sono

Uma casa desabando.

Neste exato momento

Em algum lugar do mundo

Este poema chegou

E tem alguém o lendo.


ANA BEISE

terça-feira, 21 de julho de 2009

o peixe
o anzol
o fogo
a banha
a pança
a merda
o guaíba
o guaíba não tem mais
o peixe
o anzol
o fogo
a banha
a pança
a merda
o guaíba
o guaíba não tem mais
o peixe


e eu ainda como.

Alessandro Rivelino

domingo, 19 de julho de 2009

Transtorno Noturno

Não escrevo para ti, mas talvez daqui a alguns bons anos sejam à tua pessoa estas palavras.

Hoje é para o senhor e para a senhora. Como vão? Estão caminhando para onde desejam?

Ou seus passos ainda correm soltos na vida, sem saberes onde chegarás?

Na madrugada pensei em nós, e nos anos que virão

E ainda não temos idéia das andanças e lutas que teremos que enfrentar.

Sinto em mim, a velhinha que já carrego a me consolar,

A senhora em mim me transformar.

No entanto, penso que é um engano nosso achar que não seremos os mesmos.

Seremos os mesmos!


E isso não implica

ser fixo, estagnado.

E sim um mesmo ser, capaz das mais impressionantes transformações.

De texturas da pele, de gestos intermináveis de amor com as mesmas mãos caducas

que um dia eram tão pequeninas, a agarrar um dedo de pessoa mais velha.

De nós mesmos à nós mesmos.

Um mesmo corpo a testemunhar teus passos,

Acidentes e ingenuidades.

Uma mesma vida, que nasce e morre e nos percorre por inteiros,

Por nossa vida inteira...

E não conseguimos perceber sua união.

Trazer conosco encantamento, deixar crescer compreensão.

Penso na menina que minha avó foi, e nos sonhos que ela tinha.

De que brincava? O que a encantava?

Hoje a percebo tão amargurada, vejo seus calos e o cansaço, sinto sua solidão.

O colo que me embalou,

As mãos que meus cabelos acariciaram, ainda têm sonhos?Quais?

Sabe como é uma incrível mulher?

À que horas do tempo ficou sua energia? Em que dia reencontrará seus anseios?

A solidão invadiu a penumbra do quarto

E a sensação de não ter a quem correr assusta,

E no entanto, teu colo, sempre ofereces.

Sinto hoje, como se avó tua, eu fosse.

Sou a senhora que olha a fotografia da antiga menina com os olhos bobos a sorrir.

Menina senhora....senhora menina.

Descansa, pois cuidarei de ti.


Paola Mallmann

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Noites bélicas, da terra "De Moraes"


É por esta teimosa mania
de te gostar cada vez mais
e desejar teus desejos todos os dias
que minha cama parece tão vazia
Em uma noite que nem de longe a breguice chamaria de fria

Equívocos da gramática e da novas tecnologias
São as forças (i)moventes que junto a novas teologias
Mexem com a idiotice do mais incerto na grande folia
que na festa de alforria
teima em perder-se no brio da calmaria

Quando penso estar em terras longínquas da poesia
É nesta noite grilosa que o berro se anuncia
E depois da batalha entre minhas fracas esquadras em tuas ilhas
O bélico e fálico se emudecem na nudez da gritaria

No final, aos rolos e trâmites da justiça vadia
Fico entre soluços, bichos e desculpas de grosseria
e só um poeta salva, quebrando a lógica das letras em romaria
O carioca, que em terras firmes parece falar melhor que ninguém
sobre as letras da paixão, das mulheres e da Bahia

Viva a tristeza fora de fim, a felicidade, e o sim
Que mesmo depois de tantos soluços sem fim
Guardam todas tuas belezas em mim

Rafael Lopo

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Agradecimento

Agradecemos a participação de todos no ORGIARTE II.
Parabéns ao músico Nino Prestes, às dançarinas Morgana e Natália, às fotógrafas Tamara Belles, Renata Elisa e Ana Beise, aos que mandaram seus poemas para o Livretu II e a todos os amigos e amigas que ajudaram na realização do evento.

100 pessoas no Margem Pub!!!

Abraços e até o próximo ORGIARTE.

terça-feira, 14 de julho de 2009

uma questãozinha

Um tijolo pesa 1Kg mais meio tijolo. Quanto pesa meio tijolo?

(A) 0,5 Kg.
(B) 1 Kg.
(C) 2 Kg.
(D) 1,5 Kg.
(E) 10 Kg.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

oscar niemeyer realmente é o cara

- quero fazer uma poesia contigo

- e depois?

- bom depois, podemos ir ao cinema,
tomar um sorvete e quem sabe, ne´!?...


...fazer outra poesia


bruno arámburu e jú, de brasília, prima do lucas bateristra

sábado, 11 de julho de 2009

POEMAS NO ÔNIBUS E NO TREM 2009!!

Abertas as incrições para o Poemas 2009

A partir da data de hoje, 25 de junho, estão abertas as inscrições para o concurso Poemas no Ônibus e no Trem 2009. A data do encerramento é 24 de agosto.

Lembramos que as incrições podem ser realizadas pelos Correios, via internet no site da prefeitura e também pessoalmente no endereço: Av. Érico Veríssimo, 307; CEP: 90.160-181 - Coordenação do Livro e Literatura - Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues. O horário de atendimento é das 09h às 12h e das 14h ás 18h.

Telefones: 0xx 51 3289-8074 e 3289 - 8076
Email: poemasonibus@smc.prefpoa.com.br

REGULAMENTO NO BLOG www.poemasnoonibus.blogspot.com

Mandemos!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Deus ex machina

Já faz alguns anos que deixei de sonhar, quando a vida se torna muito dura a imaginação vai embora, foi isso que aconteceu, fiquei seco. Se as máquinas possuíssem imaginação pensariam por mim, pois, já não consigo me diferenciar delas, quando entro no ônibus pela manhã, não sei se estou sendo carregado ou, se sou eu quem carrega toda aquela gente em minhas costas. Pensando bem, acho que me transformei em uma máquina sim!

E foi assim que nasceu a tragédia que narro a seguir, sorrateiramente se entranhando em minha vida e na vida de quase todos, o som dos motores fez com que não ouvíssemos a marcha. Que marcha? A marcha da criação das máquinas, da qual ninguém conseguiu escapar ileso.

Ninguém ouviu! Mas o Senhor disse:

- Façam-se os parafusos! E os parafusos nasceram.

- Façam-se os motores! E eles rugiram.

- Façam-se as fábricas! Para que possam crescerdes e multiplicar-vos, pois sereis os senhores de tudo, até onde a vista alcançar!

Por fim, depois de tudo criar à sua imagem e semelhança, vendo que as máquinas se sentiam sós, ordenou:

-Que se façam os homens! Pois de que serve um mundo tão perfeito e racional sem distrações? Então, depois de ter criado o mundo, as máquinas e os homens para servir-lhes de alimento, no sétimo dia, Deus morreu!


Luiz Cabelo

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Barulhos

Imagine um buteco, em um fim de noite.
A chuva cai, São Pedro chora, ou como diz Baby Camanducaia: Chove na Terra Santa!
Sopas, pães, cervejas quentes bem geladinhas.E o povo fala, e como fala essa turma.
Parece que só vieram aqui para falar.
Opa!
Tem gente mentindo ao redor, exagerando, falando mal de pessoas alheias.
Que barulho insuportável!
- "Só vou te avisar,tem garçom caguetando!"

e...

Se fossemos pinchers discutindo avidamente em uma reunião de condomínio?

Se fossemos minhocas brigando por uma terra mais fértil?

Se fizéssemos parte uma colônia de bichos-preguiça conversando em silêncio, bem baixinho, sobre coisas que ninguém jamais ouviu?

...

Barulhos passam batidos.
Nem todos.

BBA/MCN


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Poeta

Sou poeta
nestes dias
indecisos
sonâmbulos
nas esquinas
soturnas

Sou poeta
entre mesas
sombrias
solitárias
silienciosas
testemunhas
de um bar

Sou poeta
empoeirado
por estrelas
apaixonado
por versos
sabor frisantes
lágrimas melosas


Helder Pinheiro Mayer

quinta-feira, 2 de julho de 2009

MIRADA


Se eu descobrir que te amo

Tu consegues ouvir?

_____________________________

..Me miras de lado

E o teu olhar desce pelas minhas pernas.

E é engraçado como ele cresce

Quando percebes na minha minissaia

A tua covardia acidental


Rodo e debocho com as minhas pernas.

As minhas pernas são mulheres que andam

E roubam livros de homens mesquinhos


As minhas pernas precisam descobrir

Que eu vou te querer mais um pouquinho

.

E enquanto isso eu quero que falem!


Olhem e debochem também de mim

E falem, falem, falem, falling.

Falling in love pra não te querer mais.


Ás vezes, te querer no passado é até mais real.


Tens tudo aí contigo

Tens olhos para mirar de lado

E debochar das mulheres mal faladas

Todas essas que correm em mim.


Todo esse sangue que ainda pulsa

Toda a repulsa e uma densa alegria


Toda essa labuta.


Covardia.


A palavra puta não te atinge

Mas tinge de vermelho a minha ironia.


Me miras de lado

E o teu olhar descarado

Desce pelas minhas pernas frias.


Me recortas em pedaços

E para cada um há um lugar na tua estante

Onde durmo acordada enquanto tu roncas.


Desço. Desço.


Saio pela rua, visto minhas roupas justas.

Tu vens, mas és patético com frases prontas.

És estético nessas tuas rondas.


...Se eu descobrir que te amo

Serás o meu fim

.

O teu olhar me engrandece.

O meu olhar afoga o teu passado em mim.

Afoga e depois pede desculpa.


O teu olhar corre em mim.

Corre em mim

Corres os dedos, os teus dedos

Em mim.

Morre em mim.

Morre enfim.


Morgana