O Livretu é um...

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Porto Alegre, RS, Brazil
Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.

terça-feira, 31 de março de 2009

Será isto uma poesia?


Alguma vez na vida você vai chorar

.
.
.

(e isso vai servir para alguma coisa)




Chorão

segunda-feira, 30 de março de 2009

Novelo

Mesmo hoje, quando já somos vento
Pasmo ao som daquela velha música,
Em frenesi, no nosso único tempo
Toda a cidade nos aponta:
Risos e lágrimas a solta,
Estávamos lá, tu e eu!

Como éramos o marco daquele tempo,
ou o amor de um mundo inteiro,
Deixávamos de ser minúsculos naquele salão
Pois perante a natureza, éramos a natureza,
O curso natural das células, feito pedras
que cantarolavam sem parar,
em transe.

Éramos nada mais que tudo, um quadro
sem moldura, desprendidos do tempo,
Imortais, livres até de nós mesmos, nós
éramos dois juntos, apesar de sozinhos,
Dois pontos, embora fossemos um nó.


MORGANA rech

quinta-feira, 26 de março de 2009

Banquete

Garotas comem garotos num banquete no inferno!
Todas com garfos de Dante,
amarrados no pescoço com nós de marinheiro...
Elas correm como leões atrás de suas presas...
Eles vomitam o machismo incrustrado em suas almas...

Caos e balbúrdia!
leis irremediáveis no jardim da loucura original e humana...
Todos os pratos, todos os copos, estão repletos
de pedaços de corpos de antigos povos!
Todas riem, todas gritam, todos gemem...

A morte do tempo servida;
Crianças assadas com maçãs na boca!
A sobremesa oferecida em crânios de elefantes africanos;
Lagartas banhadas ao mel,
Acompanhadas por baforadas de charutos e cachimbos
Feitos de fêmur...

O ar impregnado por discursos cansativos e fúnebres...
Esgotados, todos jogados aos trapos no chão,
Procurando as peças de suas quebradas cabeças...
Muitos estão cegos, outros castrados,
Mergulhados em poças de sangue venoso!
Comem e gritam como animais em sacrifício!
A dor de sentir a brasa queimando no peito...

O amor pisoteado, agora é uma simples bituca
De cigarro contrabandeado de algum país mais rico
Mais louco, mais podre!
E a serpente que passeia entre corpos e louças
Está apaixonada pela ficção de possuir pernas!

Nas paredes lindos quadros pintados pelo ódio,
Iluminam a carnificina orgásmica...

Himens rompidos na porta do inferno
Por cabos de aço, e bolas de vôlei!
Pois, todos os pênis estão na cerca
Salgados e expostos ao sol...
Enquanto, mil clitóris são lambidos
Por línguas de sapos incandescentes,
Proporcionando um infinito prazer
À todas as mães...

...E ao final do banquete estão todos mortos
de volta a obscuridade da vida!


Daniel Bom Queiroz

terça-feira, 24 de março de 2009

Trechos perdidos, cueros repetidos.

A arte
é o sangue da cidade grande.
Poesia de barro, corre marginal
no esgoto interiorano.
Exército Espartano!
é pixada, é Kaingang e tá no Louvre.
contrakultura vomitada, é não-costume.
che, te gruda nessa empreitada
feito lesma agitada, e se puder
faça ruídos e aumente o volume!
Ponte!
sim,a arte é ponte.
e que baita ponte!
A arte,
essa arte louca,
rasa e experimental...
é preguiçosa...existente...resistente.
a arte alivia tudo
e multiplica as angústias,
sensibiliza a alma!
respire esse não-ar!
segure as pontas e aguente o tranco...
caia nesse barranco sem medo de se salvar!
Murilo

segunda-feira, 23 de março de 2009

Concreto Total


Apoiando o rosto na vidraça na janela,
O nariz assume outra forma
O ar quente embaça a visão restrita,
Que aquele espaço no meio da parede representa.

Enfumaçada a visão, de repente a luz!
Ele enxerga entre algumas moléculas,
O que os olhos outrora recusavam enxergar.
Imagem na mente
Imaginação
Viu na rua um homem passar apavorado...

Meu Deus!
Quando foi que isso aconteceu, meu Deus?

São aquelas notícias que não param de vir...
Sim, são aquelas notícias!
Ah, não!
Notícias
Não é preciso pronunciar mais de duas vezes
Para perceber a falta de sentido dessa sopa de letrinhas.
Notícias querendo visibilidade
Na parede e na janela.
Há janelas na parede
São espaços de visão, no meio do concreto.
E no meio do concreto,
O concreto.
Notícia! (Até que esse seria um belo nome de menina)
Tal qual BINGO! (Já esse para um cão)


Amar,
A materialidade das coisas.
Armar ,
A materialidade das coisas.
É sólido, é engessado,
É concreto, enfim, tem que por abaixo mesmo,
se quiser demolir!
“A presença física apenas, porque a parede, simbolicamente, ocupou aquele espaço, esteve ali no tempo”. – Ele.
“Tem seus vestígios, territórios matematicamente delimitados.” - Seu nariz performático
Mas dizem que tem como ultrapassar a parede.
É dizem que tem
Dizem, sabe como é.
O que dizem, são sons que entram pelos ouvidos, apenas.
Não tem um grão de poeira deles... nenhum resíduo possível de armazenamento!
Yeah!
Abstraia
Pois átomos estão de tal forma juntos numa parede,
Que de tamanha junção surge uma oportunidade.
Superação de barreiras.
A imaginação é possibilidade
O concreto homem
O Concreto apavorado
O pavor do homem concretizado.


Paola Mallmann



domingo, 22 de março de 2009

Embalo da boemia


Levo comigo
O leite bebido
Do suco da Flor
Da noite vivida

Flor da Noite...
Sabor de poesia,
De grandes companhias

Caminhando nas ruas
Pisando na alegria

Ao som da derradeira
Canção embalada

Cantando para quem...
Sambando em agonias

Banhada em orgias
Bebendo poesia

Sorvendo o suco da noite
Pelos poros da boemia

Lud

sábado, 21 de março de 2009

Procura-se

Puta que o pariu,
perdi uma poesia!

Ela estava ali
me olhando,
vindo ao meu encontro,
chegava quase a me dizer:
"se me miras, porque
não me sacas para bailar?"
Confesso que fui um pouco
fazido...ignorei-a
por alguns instantes.

Ela brilhava,
tinha um sorriso lindo...
uma alegria contagiante,
uma alegria de criança.

Eu olhava nos olhos dela
e lia, em algum lugar,
lá no fundo:
"vem... me leva,
me coloca no papel,
depois me passa a limpo...
mostra-me para o mundo,
eu quero viver,
existir para morrer".

Agora...
agora perdi-a de vista,
não sei onde anda e
nem que fim deu.
E todo aquele brilho,
toda aquela vida,
desapareceu...
existiu sem existir.
Nasceu morta no
ventre da criação

E se alguém
por acaso a encontrar,
devolva-me...e se
não for possível,
-caso o apego não deixar-
manda-lhe lembranças
e diga que ela não somente
existiu, mas que sem ela...


Bba/Julia

Areias do Tempo


Areias do tempo

Que cobrem o meu passado

Que mostram meu presente

Que revelam a pontinha do véu do meu futuro

Areias do tempo

Que voam por tempos

Em direções invertidas

Por anos e anos

Brisas por brisas

Manhãs por manhãs

Areias do tempo...



Pablo Fumanchu

quinta-feira, 19 de março de 2009

Simultaneidade

- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!

- Você é louco?

- Não, sou poeta.


Mario Quintana

terça-feira, 17 de março de 2009

“El Camundongo”

Come on...
Come on...
Camundongo!

Quando o mundo caiu de minhas mãos
Eu tão distraído, não havia percebido:
El Camundongo
Estendido ao chão.

Mal sabia eu naquela época
Que aquele mesmo camundongo
Pagaria a hipoteca.

Camundongo, redondo
Oprimido pelo pensar concreto
Secreto, se perde no teto
O meu olhar distante

Mas El camundongo
Por si só em si vingante
Prefere
Não interfere
Vinga-se a todo instante
Da inércia do seu ser pensante.

Come on...

Nunca pensei...
Que El Camundongo
Desregrado e errante
Viria me dizer que sempre pensei
Em ser também
Um camundongo.

Um camundongo
Esmagado na estante.

Come on...


Bruno, Mo, Ise, Dani

domingo, 8 de março de 2009

Só nos resta o mar
e nenhuma de suas dúvidas.
Águas e movimentos,
correntes!
O inicio é tão diferente do fim.
O Fim é tão estranho,
quando se pensa no meio.
Acontece que as coisas não são linhas,
não tem uma cronologia.
Os nossos erros se dissipam...
Quando chega o dia,
trata-se bem da vigília noturna.
Meu bem,
não nos compreendemos.
Não significa coisa alguma!!
Talvez eu esteja além das coisas...
Enquanto deslizo meus pés sobre as águas,
quero perceber,
saber acolher como as ondas.
Meu corpo,
tua mente,
minha boca,
tua voz
e 51 paradoxos ao nosso redor
O que se quer
não se sabe...
Quem se é,
também não.
Paola Mallmann

sexta-feira, 6 de março de 2009

Recriar para Viver

Rindo com Verissimo
Solando com Elis
Sambando com Noel
Bebendo com Bukowski
Declamando um Pessoa
Analisando Buarque
Curtindo a Melodia do Luiz
Interpretando Rodrigues
Dramatizando a vida
E fazendo dela um palco
Com diferentes emoções
E grandes parcerias
Reinventando-se aos poucos
Com a mistura dos célebres
Junto dos desconhecidos
Afastando-se dos cárceres
E ressurgindo como Fênix
E como misto de tudo isso
Somos nós e nossos amigos!
K.L.M.