O Livretu é um...

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Porto Alegre, RS, Brazil
Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Novo Amor

Óh tu, que vens calmamente
Ser grandioso, de minha eterna adoração
Me cativas, teu encanto é tão profundo
És a fonte de minha bela inspiração
Se me quiseres, jurarei amor eterno
Se me aceitares, sentirás meu sentimento
Porque te amo e meu amor é infinito
Que não passou nem vai passar num só momento
Por tua imagem, tenho um fascínio exuberante
Pelo teu corpo, uma atração incontundente
No teu olhar eu fito um brilho intimidante
Chama que aumenta, pouco a pouco, lentamente
Naquela noite, em que teu beijo me ofertaste
Senti a volúpia que incitava e me movia
A repetir aquele gesto tão suave
De um nobre homem, que em anjo se mentia
E ao libertar-me desse cárcere doloroso
Para com os anjos encontrar-me no infinito
Óh Deus, me afaste desse mundo tenebroso
Mas não me tomes esse amor que é tão bonito
Sara Focchesatto

domingo, 25 de janeiro de 2009

A procedência

Uruguaiana, Iate Clube Tamandaré, verão de 95...
Jogaríamos bola, como de costume.
O sol batia forte no Uruguai Grande.
Gramado ralo, uma cadeira de cada lado.
Famoso “mini-arco”. Sorteamos as duplas.
De um lado José Francisco Velo Neto, vulgo Puchero, dono, na época, de uma velocidade impressionante, e Caburíco, o filho prodígio de um certo Caburé.
Do outro eu, Luiz Fernando Gutierrez Roque, apenas um garoto, e Lucas Velo, o mais velho e experiente de todos, irmão do menino José.
Bola no meio.
Iniciava-se ali uma batalha épica. Cinco vira, dez acaba. Era lá e cá.
Não havia espaço para erro. Era jogo de gente grande.
1 x 0. 1 x 1. 2 x 1. 2 x 2. 2 x 3. 3 x 3. 3 x 4.
Os times se revezavam na vantagem dos gols.
O jogo ficava cada vez mais tenso.Chegamos então ao temido placar de 9 a 9. Quem faz ganha.
Os ânimos se acirram. As duplas se estudam cautelosamente. Qualquer erro seria fatal.
Luiz Fernando pega a bola. Toda a pressão cai sobre ele. A marcação era implacável.
Vendo seu companheiro impossibilitado de receber a assistência, LF, então, desprovido de qualquer medo, inicia uma arrancada fantástica pela ponta esquerda, e, com uma manobra futebolística mediúnica, dribla desconcertantemente o filho de Caburé. Lucas acompanha correndo pelo meio.
Agora eram dois contra um. Era o gol da vitória chegando.
Apenas um passe separava a dupla da glória e da Coca gelada.
Mas, em um lapso de entusiasmo e individualismo, no lugar de um passe óbvio e certeiro, LF tenta mais um drible.
Puchero rouba a bola. Contra-ataque. Passe para Caburíco, sozinho.
Agora, a derrota é que estava próxima. LF volta correndo desesperadamente. Lucas abaixa a cabeça, já incrédulo com o que iria acontecer.
Caburíco avança. LF corre. Caburíco chuta. A bola flutua sobre o gramado em direção ao gol.
LF segue correndo. A derrota se aproxima ainda mais, mas LF ainda acredita. A bola quica...
Trave. Lucas levanta a cabeça em um surto de esperança. LF não dá mais conta de suas próprias pernas. LF tropeça. Tropeça? LF cai sobre o gramado e bate na bola que se afastava da cadeira.
A bola volta, e entra. Gol. Contra. 10 x 9.
Do céu ao inferno em apenas alguns segundos. Talvez tenha sido um buraco, ou talvez o cordão do tênis. Não importa. LF jamais esqueceria deste dia.
O porquê???...Lucas, não acreditando no que acabara de ver, grita:
“Mas tu é um PEREBA mesmo!!”....


Luiz Fernando Gutierrez Roque, o Pereba.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Toda a embriaguez do mundo

Tem dias em que eu saio de mim,
Como os nossos, ou esses que estive aqui.
Os mesmos já não são nossos
Os medos, os nossos terríveis medos...
Morreram afogados em teu copo.

Ah, como dei de mim para um gole dele ter
Como me exauri de minhas sedes próprias
Como bebi por ti teus goles secos
Embriagada, rondando-te as costas.

Como enxerguei tantas vezes
A poesia amanhecendo-me o dia.

Como me embriaguei da tua pele bêbada.

...Nesses dias em que me fujo,
Já nem sei se me entorpeces
Ou se toda a embriaguez do mundo
Tem teu nome escrito, no fundo
Do meu copo sujo.


Morgana Rech 23.10.06 01:23AM

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

yo voy espressar lo magnífico

o q ouve meu?
eu vou ser o batman...
e eu vou ser o robin!!!
vamos deixar aqui
e vamos curtir a promessa!
q q é isso, não vale isso,
qual é q é o teu nome?

....eres bobô....
o bobô é loucão...
só eu e tu (ninguém vai saber!)

dá um abraço no amigo...
não é fácil,
pero no ès impossible!!!!

creo q la vida
ès una novidad,
para nos otros,
creo q...

no hay problemas
pero hay
recordaciones...


murilo_bruno_alemão_gabriel(filho do alemão).....

sábado, 17 de janeiro de 2009

Lua de mim

Lua Lua
Crua nua
Lua Lua

Transparente namorada
Incandescente apaixonada

De São Jorge
Lua da luta
De Vitória-Régia
Lua do desejo

Lua das namoradas
Lua dos poetas
Lua das meninas
Lua feminina

Lua da espera
Lua do encontro

Lua das gatas
Dos vira-latas
Dos lobos uivando
Das moças cantando

Íris dos olhos da infância
Lua da dança
Lua lembrança
Lua criança

Lua canto
Lua lira
Lua cheia
Como seio de mãe

Vejo-te da minha janela
Como se nela fosses adentrar
Vejo o verde das árvores
Teu clarão abrilhantar

Nos meus olhos
Nos corpos do desejo
Na alma dos poetas
Lua, te vejo

Lua minguante de mim
Lua toda noite nova
Crescente como a flor
Brotando da semente

Lua cheia
Tempero da noite
Brilho da boemia

Poetas estão abrindo
A janela de suas almas
É noite de Lua cheia
É noite de poesia!

Abri minha janela
A Lua minh’alma chamava
Estendi-me para chegar a ela
E deleitar a madrugada

Saí despida de mim
Pela enluarada rua

Cobri meu corpo de ti
Do frescor do teu brilho
Minha companheira Lua

Nessa noite percebi
Já não eras companhia
Penetraste minha alma

Era eu
Lua de mim.

Ludmila








terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Parceira Velha

Não.
Ela já é não mais a mesma
Não é tão aconchegante,
Não é tão macia como antes,
Às vezes, é até dura,
E me causa certa dor.
Ela foi parceira de várias noites de sono
De insônia,
De leitura,
De encontros,
De cheiros,
De desabafos.
Hoje é só a minha cama velha.
Um triste colchão dormido.

K.L.M.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Dr.C


13 de novembro de 1972. Studio da Radio Blumenau, SC.


No meio de uma entrevista, ao vivo na rádio Blumenau, o Dr.C fala sobre sua pesquisa sobre o amadurecimento precoce, citando suas discussões com um dos seus pacientes.


Dr.C: E o f.d.p. do meu paciente apenas mexia a cabeça para os lados, como se falasse "não", mas nem ele se prestava a fazer.
Interlocutor: Sei!
Dr.C: Apesar da má vontade dele, segui interrogando-o: "e entre todos os presidentes, nenhum merece o teu respeito”?

O interlocutor não fazia expressão nenhuma, apenas observava o Dr., quieto, e escutava a sua história.


Dr.C: E perguntei mais: "e desses narradores de futebol, best-selers, comidas industrializadas e músicas eletrônicas, nada disso te agrada?"
E ele na mesmice de sempre. "Sei, sei", falei prosseguindo, "mas e as mulheres que passam por ti na rua, no trabalho, no ônibus... nenhuma delas chama a tua atenção?" Recebi outro não de meu paciente.
Interlocutor: Teu paciente era um conservador dos chatos! Aliás, qual não o é? - e deu uma risadinha forçada para o Doutor.
Dr.C: Pois é meu amigo, não é nada fácil este tipo de trabalho. Porém, finalizo a minha entrevista dizendo mais algumas palavrinhas que disse ao meu paciente. Ei-las: "me diz uma coisa meu querido, tu por acaso, não está sendo muito exigente? De repente, tu não estás procurando por coisas que não existem?"

O Doutor sorriu para o interlocutor (como se este estivesse concordando com suas palavras; e mais, como se suas palavras tivessem algum sentido). De repente, o interlocutor não suportou mais aquele papo e começou a soltar os ossos no Doutor.

Interlocutor: Doutor, o senhor disse todas essas coisas para seu paciente?
Dr.C: Claro!
Interlocutor: Para uma criança de 5 anos, quer dizer, para um "homenis amadurecidis" - conforme suas mesmas palavras.

Dr.C: Exato! Um homem maduro já.

Interlocutor: A pára com essa brincadeira meu caro, “homenis amadurecidis” até me lembra o Mussum (que deus o tenha), fazendo uma de suas piadas – riu-se, tirando uma onda com o Doutor.


E de saída, o interlocutor atropelou, deixando o Doutor louco de cara.


Interlocutor: Muito bem, encerramos por aqui está entrevista com o Dr.C, que veio nos contar sua bela pesquisa, seus estudos sobe o amadurecimento precoce em crianças de 2 a 7 anos. Obrigado Doutor.


O Doutor por pouco não saiu sem se despedir, devido ao corte do interlocutor, mas após rápida reflexão, preferiu finalizar decentemente.


Dr.C: Eu que agradeço. Abraços pra todos os amigos da rádio Blumenau.


O Doutor se retira do studio de gravação indignado.


Interlocutor: Seguimos com nossa programação, aqui na rádio Blumenau, a sua rádio preferida. E vamos de samba de primeira, Cartola DJ!

DJ: (fala em off para o interlocutor) Certo chefe, vou colocar uma sonzera pois não agüentava mais o papo daquele cara, pra mim esse Dr.C ta louco.

Interlocutor: (em off para o DJ) Toca mais e fala menos meu querido! Cartola neles!


Antes de começar a música, colocaram a vinheta da rádio: “Rádio Blumenau, a melhor, a maior, a mais-melhor de boa”!


Este programa foi apresentado no dia 13/11/72, última aparição do Dr.C em público vivo. Ele foi encontrado na madrugada do dia 14 enforcado numa laranjeira. Até hoje a sua morte é um enigma para a sociedade.

Algumas pessoas acham que foi o DJ que assassinou o Doutor, devido uma richa antiga, por causa de gatinha. Há também quem crê que foi o interlocutor, pela maneira como este conduzia a entrevista, com palavras rudes e zombeteiras direcionadas ao Dr. Alguns conhecidos do Doutor acreditam que tenha sido o Paciente, pois sabiam quanto o Doutor abusava nas suas seções, utilizando pesadas teorias evolucionistas mescladas com filósofos que ninguém jamais ouviu falar. Como por exemplo: “Claudióteles, um primo de Aristóteles e cunhado de Luiz XV”, como ele dizia para tornar real seus desvairos e alucinações. Mas o problema não era só este, pois o Paciente apesar de ter 5 anos de idade, já era budista desde os 3 (influenciado por uma “priminha”), e acabava por criar varias brigar ideológicas entre este e o Dr. Porém, nada foi comprovado para a polícia.

Noves fora as suspeitas, a polícia concluiu o caso afirmando o suicídio, já que quando o Doutor foi encontrado dependurado na laranjeira, saia um líquido da ponta de seus dedos dos pés (que os peritos disseram ser suco de laranja). Somado a isso, foram encontradas seringas hospitalares e centenas de caixas de vitamina C na casa do doutor.

O Doutor morreu taxado como “viciado em laranja” pela população (foi assim que saiu nos jornais), e suas pesquisas, além de não terem chegado a lugar nenhum, ficaram completamente desconhecidas pelo mundo científico e desapareceram no tempo junto com o Doutor.

Bobô, o Aramburu

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Soneto para uma Rosa

Não consigo desviar do teu olhar
Torturando meu peito de menino,
Agora, amiúde, teima por passar
Entregando de súbito nosso hino.
***
Olha tua rosa chorando, mocinha,
Veja como é belo teu mar infindo
Que silencia em teus lábios, caminha
Calado e só, rumo ao nada, partindo.
***
Olha a paixão mendigando carinhos,
Receba minha carta, junto à rosa;
Pois é tão triste... teus versos sozinhos.
***
Sonho em sentir tua pele mui formosa
Quando o céu escurecer, quero vê-la
Despertando em rosas, tua linda estrela.
***
Paulinho Parada