Conheci Luiz de Miranda num tempo em que a solidão
(provisória)
e o medo tomaram conta do Brasil.
A besta fera andava à solta
calando bocas, quebrando dentes.
Conheci o poeta Luiz naquele tempo
amargo, doente e reticente.
Tempo de telefones grampeados
soldados, mordaças e barreiras.
Conheci o poeta num tempo de poucos amigos,
desconfianças e paranóias.
Mas, os poetas, loucos e boêmios,
não respeitam regras nem responsabilidades.
E foi justamente nessa época,
que nos tornamos solidários e cúmplices.
Entre Trinta copos de chopp,
trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
No Luna Bar do Leblon,
conheci Luiz de Miranda
o poeta da Uruguaiana.
COM SEUS SIGNOS,
SUA TERNURA,
SUA PALAVRA,
SEU ÓCULOS
E SEU CHAPÉU.
Olinda, Patrimônio da Humanidade, 8 de Janeiro de 1987, Alceu Valença.
Luiz de Miranda participou da Luta Armada contra a Ditadura Militar. Foi perseguido por muito tempo. Teve duas prisões. Recebeu Indenização Máxima do governo do estado do Rio Grande do Sul pelas prisões e torturas.
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