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Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Deus ex machina

Já faz alguns anos que deixei de sonhar, quando a vida se torna muito dura a imaginação vai embora, foi isso que aconteceu, fiquei seco. Se as máquinas possuíssem imaginação pensariam por mim, pois, já não consigo me diferenciar delas, quando entro no ônibus pela manhã, não sei se estou sendo carregado ou, se sou eu quem carrega toda aquela gente em minhas costas. Pensando bem, acho que me transformei em uma máquina sim!

E foi assim que nasceu a tragédia que narro a seguir, sorrateiramente se entranhando em minha vida e na vida de quase todos, o som dos motores fez com que não ouvíssemos a marcha. Que marcha? A marcha da criação das máquinas, da qual ninguém conseguiu escapar ileso.

Ninguém ouviu! Mas o Senhor disse:

- Façam-se os parafusos! E os parafusos nasceram.

- Façam-se os motores! E eles rugiram.

- Façam-se as fábricas! Para que possam crescerdes e multiplicar-vos, pois sereis os senhores de tudo, até onde a vista alcançar!

Por fim, depois de tudo criar à sua imagem e semelhança, vendo que as máquinas se sentiam sós, ordenou:

-Que se façam os homens! Pois de que serve um mundo tão perfeito e racional sem distrações? Então, depois de ter criado o mundo, as máquinas e os homens para servir-lhes de alimento, no sétimo dia, Deus morreu!


Luiz Cabelo

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