Posso dormir?
Posso?
Não!
Receio despertar assustada
Com mais uma alvorada
Alvorada desesperada
Não suporta a minha sombra
Fugiu-me um verso...
Vá, voe daqui verso inútil!
Eu quero dormir!
Mas hoje não dá!
É a sombra da idéia
a me torturar
Deixa eu vomitar-te
parir-te
expelir-te
tornar-te manifesta
Saia de mim
e faça a tua festa!
Estás a afetar meu estômago
Em minhas veias passeiam
litros de angústia
HERPS, brotoejos, fungos
na cútis!
Que baita idéia
(idéia inútil)
Por onde sais?
Paralisou somatizada?
E pra onde vais?
Não irás pelas palavras...
Elas foram assassinadas
Tratei, eu mesma, de matá-las
Todas...
Engasgadas!
Restam-me agora
Um quarto de hora e
de papel, três polegadas
para eu cometer mais um crime
E por onde sais
por onde sais?
Idéia sublime!
Ludmila Flores
Não fugir da sombra...
ResponderExcluirEis o maior sinal de luz!