Não sei ser breve,
Não sei ser reles,
Não sei ser pano quente
Sobre os fatos.
Eis a minha desgraça.
Há palavras cortadas
Nas cartas que escrevo.
Há palavras que eu engulo no seco.
Viva a minha mentira.
Me estendo na lama
E assim acho alguma luz.
E falo desnecessariamente a todos.
A minha prolixidade,
Absurdamente de infância,
Já não vai à escola.
Só sabe ser lama.
A crueldade das pessoas,
Esses meus colegas lamacentos,
Já não me arrancam lágrimas.
Hoje me rendem versos.
Confio na minha poesia
Com o mesmo afinco
Com que desconfio
Dos ouvidos atentos a ela.
É uma confusão, a minha poesia.
Morgana Rech 9/9
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