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Porto Alegre, RS, Brazil
Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

FOI VOCÊ QUE VIU O VENTO PASSAR?

Faz tempo que não
escrevo nada com algum sentimento.
E não que eu esteja
esperando algo diferente para hoje:
“os sentimentos são
próprios dos mortos e dos mais fracos”
Dizem os melhores
best-sellers, e no momento...
Bem, no momento,
estou sentindo certa elevação.
Daquelas que me
fazem crer que tudo isso algum dia vai passar.

Novamente hoje,
acordei com aquela ilusão.
Que normalmente
temos quando as coisas estão indo mais ou menos bem:
Ilusão de estar
vivo em algum tempo-espaço.
Como uma dádiva que
recebemos de esmola de alguém
E que devemos pagar
eternamente por parcelas bem pequenas:
Com algum gesto,
alguma devoção, com agradecimentos e acima de tudo com algumas crenças
(principalmente a crença de acreditar em estar vivo)

Estou com uma dor
de barriga.
Acho que foi uma
mistura que fiz.
Ontem comecei a me
alimentar diferente.
(diferente daqueles
que leem jornais)
Misturei, apenas
por experimento,
- como faziam
Galileu Galilei e outros vampiros -
Leite com sabão em
pó!
O que foi? Estas a
rir de mim! Achas que enlouqueci?
Achas que estou
inventando ou que isso é surreal?
Pois bem! Vai
assistir televisão.

Ai que dor!
Certamente este é o maior sinal,
segundo as sagradas
escrituras, de estar vivo.
“Vivo para
acreditar, acreditar para estar vivo”.
Isso parece um
círculo vicioso.
Vicioso, perigoso e
conservador.

Deves estar
lembrando, no que disse acima:
“... outros
vampiros”. Pois bem, vou explicar.
Se existe ou
existiu algum vampiro neste ou naquele mundo
Foram essas pessoas
que inventaram alguma coisa que diziam ser universal
Para depois vender
para todos os outros e fazê-los acreditar que aquilo era verdade e que seria
impossível viver sem tal invenção.
Não gosto de citar
nomes, nem falar pelas costas, mas para ilustrar melhor
o que estou
afirmando peço que se lembrem do menino de Jerusalém, lembrem também daquela
gama de cientistas e artistas que tiveram infinitos “insites” para rechear
nossa maravilhosa culturinha. Podes, ainda, somar a esta lista o Pépe, o
Super-Teta e o Bigodinho e outros vampiros que sempre estão por ai. Fantasmas
sinceros e necessários, que vagueiam pelas madrugadas, ao brilho da lua e na
velocidade do vento. Muitas vezes chegam a ser o próprio vento.
É não é nada fácil
meu amigo! Não é a toa que Belchior foi se esconder no Uruguay. Às vezes tenho
essa mesma vontade. Não digo de se esconder, mas simplesmente de sumir. Dar uma
descansada de si mesmo e de tudo que me rodeia. A cidade tem me cansado. Ou melhor,
tenho me cansado, nesta cidade. E com as pessoas que nela vivem. Lobos, ratos,
gatos, urubus, serpentes, eis a nossa raça subdividida e menores espécies.

Hum, senti um
ventinho na janela. Fez aquele barulho, sabe? Barulho de vento e de filme de
terror. Daqueles que chega a dar um friozinho na espinha da atriz que se
encontra sozinha em uma casa enorme no meio do mato. E entra aquele velha
música de suspense. A câmera começa a se mover lentamente. O ambiente está
pronto para entrar em cena o assassino. Seja o Fred Krueger ou o Jason, ou
ainda o Hanibal Lecter. Mas antes disso acontecer, cruza pela sala aquele gato
preto. E a atriz – que no mínimo é bela – da um suspiro de alívio. E olha o
gato passar, este por sua vez dá uma miada e sai. A câmera volta nela. E quando
estamos mais que relaxados, entra o monstro juntamente com uma sonoplastia de
terror. Tomamos um susto daqueles, de molhar a tanga. Era tudo o que o diretor
queria. Filha da puta conseguiu o que queria. E nós também. Já que estamos
assistindo um filme de terror, estamos torcendo para que as coisas ocorram para
o medo, o suspense, a energia maluca que rola e acima de tudo, ver o que não
queremos viver. Ver para não viver. Ou ainda, ver, viver e rever a vida passar
na nossa frente. E se sentir preparado para caso isso realmente venha acontecer
em nossa vida.

Hum, novamente
aquele ventinho. Acho agora que é um espirito de alguém que se foi. Algum
conhecido. Sim, sim é ele mesmo. Acho que quer me dizer algo. Não estou
compreendendo direito. Hum, meio macabra essa escrita! Mas, a mensagem está
chegando. Olha o que ando fazendo! Buscando inspiração em defuntos. Que
maravilha. “Os vampiros estão em toda parte” – eis a única coisa que este
espirito me falou. Parecia estar tranquilo e descansado. Não tenho como
descrever sua fisionomia. A sensação de ter um espirito por perto foge da
capacidade de percepção visual, espacial e material. Sinto apenas ser um
conhecido, um jovem. É uma pena poderás pensar. Mas não há idade para se ir.
Isso é uma coisa que ainda se encontra nas mãos de Deus.

Voltou a dor! O
espirito se foi. Acho que é hora de visitar alguns pescoços. Meia noite avisa o
relógio antigo na parede. Meus dentes estão maiores do que o normal. Chego
perto do espelho. Não vejo minha imagem. Sem querer coloquei uma capa preta
enorme, que encosta no chão. Minha pele está branca. Sinto necessidade de algo.
Acho que é cede. Cede de sangue. Mas não apenas o sangue puro e separado de um
corpo. Sinto a necessidade de atacar. Não vejo graça de beber uma bolsa de
sangue de hospital. Gosto da aventura. De pegar alguém despercebido. A aparição
em seu quarto. A cara da vitima de medo e terror. Ela se encolhe. Eu chego
próximo. Com meus super dentes. Olhos fervorosos. Cede e mais cede de uma
jugular. A vitima está hipnotizada. Pego-a pelos braços, que se encontram junto
ao corpo. E com a boca aberta e os dentes afiados. Os caninos de pitbull. Levo
a cara no pescoço. Ela nada pode fazer. Minha força é extrema. E ela por sua
vez, está paralisada. Talvez nem acredite no que está vendo. Talvez pense que é
um sonho. Mas quem é que eu estou sugando? Hum... já sei! É tu! Sim é tu mesmo
que está me alimentando. Mordo mais forte. Jorra sangue para minha boca. Pinga
um pouco no tapete branco. Escorre um pouco na tua pela maravilhosa. Estamos em
transe. Eu, feliz e saciado. Tu, em êxtase e ao mesmo tempo fraca pela minha
violência. A ação exige uma leve deitada por minha parte – para digerir teu
sangue – e uma outra tua para relaxar e se recompor. Deitamos os dois em tua cama.
Apesar do susto, me abraças e diz uma única coisa “foi maravilhoso”. Eu
respondo dizendo “eu te amo”. E com a boca cheia de sangue nos damos um belo
beijo atemporal.
Desmaiamos até o
sol já estar sobre nossas cabeças. Acordamos meio dia, se olhamos. Demos bom
dia um para o outro. Olho para o lado e vejo uma fotografia nossa, estamos
abraçados. A capa preta no chão, não faz mais sentido para mim. Um leve gosto
de sangue na boca. Mas nada que me surpreenda. Olhamo-nos novamente. Olhos nos
olhos. Pelados. Uma leve marca no teu pescoço. Tu sorri pra mim. Eu me sinto
feliz por acordar ao teu lado. Um beijo. Carinhos. Não temos muito o que
fazer além de nos amarmos. Fazer o que?
Há vampiros por todos os lugares. Mas não vejo problema nenhum nisso. Nunca
saberemos se somos um ou não. O vampirismo ataca nas madrugas e não deixa
memorias, apenas provas despercebidas pela nossa inteligência. Mas desde já te
recordo que quem é atacado por um vampiro, em vampiro se transforma. No teu
caso uma linda vampira. E se leres esta mensagem, talvez não acredite em mim.
Mas não se surpreenda se dentro de poucos dias comprares uma capa preta.
Começares a vagar pelas ruas após a meia noite. E não se recordares do que
fizestes na noite passada. Só um obséquio: meu pescoço está te esperando e meu
sangue é todo teu, amor.

BBA

Um comentário:

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