O Livretu é um...
- Livretu
- Porto Alegre, RS, Brazil
- Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Novo Amor
domingo, 25 de janeiro de 2009
A procedência
Jogaríamos bola, como de costume.
O sol batia forte no Uruguai Grande.
Gramado ralo, uma cadeira de cada lado.
Famoso “mini-arco”. Sorteamos as duplas.
De um lado José Francisco Velo Neto, vulgo Puchero, dono, na época, de uma velocidade impressionante, e Caburíco, o filho prodígio de um certo Caburé.
Do outro eu, Luiz Fernando Gutierrez Roque, apenas um garoto, e Lucas Velo, o mais velho e experiente de todos, irmão do menino José.
Bola no meio.
Iniciava-se ali uma batalha épica. Cinco vira, dez acaba. Era lá e cá.
Não havia espaço para erro. Era jogo de gente grande.
1 x 0. 1 x 1. 2 x 1. 2 x 2. 2 x 3. 3 x 3. 3 x 4.
Os times se revezavam na vantagem dos gols.
O jogo ficava cada vez mais tenso.Chegamos então ao temido placar de 9 a 9. Quem faz ganha.
Os ânimos se acirram. As duplas se estudam cautelosamente. Qualquer erro seria fatal.
Luiz Fernando pega a bola. Toda a pressão cai sobre ele. A marcação era implacável.
Vendo seu companheiro impossibilitado de receber a assistência, LF, então, desprovido de qualquer medo, inicia uma arrancada fantástica pela ponta esquerda, e, com uma manobra futebolística mediúnica, dribla desconcertantemente o filho de Caburé. Lucas acompanha correndo pelo meio.
Agora eram dois contra um. Era o gol da vitória chegando.
Apenas um passe separava a dupla da glória e da Coca gelada.
Mas, em um lapso de entusiasmo e individualismo, no lugar de um passe óbvio e certeiro, LF tenta mais um drible.
Puchero rouba a bola. Contra-ataque. Passe para Caburíco, sozinho.
Agora, a derrota é que estava próxima. LF volta correndo desesperadamente. Lucas abaixa a cabeça, já incrédulo com o que iria acontecer.
Caburíco avança. LF corre. Caburíco chuta. A bola flutua sobre o gramado em direção ao gol.
LF segue correndo. A derrota se aproxima ainda mais, mas LF ainda acredita. A bola quica...
Trave. Lucas levanta a cabeça em um surto de esperança. LF não dá mais conta de suas próprias pernas. LF tropeça. Tropeça? LF cai sobre o gramado e bate na bola que se afastava da cadeira.
A bola volta, e entra. Gol. Contra. 10 x 9.
Do céu ao inferno em apenas alguns segundos. Talvez tenha sido um buraco, ou talvez o cordão do tênis. Não importa. LF jamais esqueceria deste dia.
O porquê???...Lucas, não acreditando no que acabara de ver, grita:
“Mas tu é um PEREBA mesmo!!”....
Luiz Fernando Gutierrez Roque, o Pereba.
sábado, 24 de janeiro de 2009
Toda a embriaguez do mundo
Como os nossos, ou esses que estive aqui.
Os mesmos já não são nossos
Morreram afogados em teu copo.
Ah, como dei de mim para um gole dele ter
Como me exauri de minhas sedes próprias
Como bebi por ti teus goles secos
Embriagada, rondando-te as costas.
Como enxerguei tantas vezes
A poesia amanhecendo-me o dia.
Como me embriaguei da tua pele bêbada.
...Nesses dias em que me fujo,
Já nem sei se me entorpeces
Ou se toda a embriaguez do mundo
Tem teu nome escrito, no fundo
Do meu copo sujo.
Morgana Rech 23.10.06 01:23AM
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
yo voy espressar lo magnífico
eu vou ser o batman...
e eu vou ser o robin!!!
vamos deixar aqui
e vamos curtir a promessa!
q q é isso, não vale isso,
qual é q é o teu nome?
....eres bobô....
o bobô é loucão...
só eu e tu (ninguém vai saber!)
dá um abraço no amigo...
não é fácil,
pero no ès impossible!!!!
creo q la vida
ès una novidad,
para nos otros,
creo q...
no hay problemas
pero hay
recordaciones...
sábado, 17 de janeiro de 2009
Lua Lua
Crua nua
Lua Lua
Transparente namorada
Incandescente apaixonada
De São Jorge
Lua da luta
De Vitória-Régia
Lua do desejo
Lua das namoradas
Lua dos poetas
Lua das meninas
Lua feminina
Lua da espera
Lua do encontro
Lua das gatas
Dos vira-latas
Dos lobos uivando
Das moças cantando
Íris dos olhos da infância
Lua da dança
Lua lembrança
Lua criança
Lua canto
Lua lira
Lua cheia
Como seio de mãe
Vejo-te da minha janela
Como se nela fosses adentrar
Vejo o verde das árvores
Teu clarão abrilhantar
Nos meus olhos
Nos corpos do desejo
Na alma dos poetas
Lua, te vejo
Lua minguante de mim
Lua toda noite nova
Crescente como a flor
Brotando da semente
Lua cheia
Tempero da noite
Brilho da boemia
Poetas estão abrindo
A janela de suas almas
É noite de Lua cheia
É noite de poesia!
Abri minha janela
A Lua minh’alma chamava
Estendi-me para chegar a ela
E deleitar a madrugada
Saí despida de mim
Pela enluarada rua
Cobri meu corpo de ti
Do frescor do teu brilho
Minha companheira Lua
Nessa noite percebi
Já não eras companhia
Penetraste minha alma
Era eu
Lua de mim.
Ludmila
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Parceira Velha
Ela já é não mais a mesma
Não é tão aconchegante,
Não é tão macia como antes,
Às vezes, é até dura,
E me causa certa dor.
Ela foi parceira de várias noites de sono
De insônia,
De leitura,
De encontros,
De cheiros,
De desabafos.
Hoje é só a minha cama velha.
Um triste colchão dormido.
K.L.M.
sábado, 10 de janeiro de 2009
No meio de uma entrevista, ao vivo na rádio Blumenau, o Dr.C fala sobre sua pesquisa sobre o amadurecimento precoce, citando suas discussões com um dos seus pacientes.
Dr.C: E o f.d.p. do meu paciente apenas mexia a cabeça para os lados, como se falasse "não", mas nem ele se prestava a fazer.
Interlocutor: Sei!
Dr.C: Apesar da má vontade dele, segui interrogando-o: "e entre todos os presidentes, nenhum merece o teu respeito”?
O interlocutor não fazia expressão nenhuma, apenas observava o Dr., quieto, e escutava a sua história.
Dr.C: E perguntei mais: "e desses narradores de futebol, best-selers, comidas industrializadas e músicas eletrônicas, nada disso te agrada?"
E ele na mesmice de sempre. "Sei, sei", falei prosseguindo, "mas e as mulheres que passam por ti na rua, no trabalho, no ônibus... nenhuma delas chama a tua atenção?" Recebi outro não de meu paciente.
Interlocutor: Teu paciente era um conservador dos chatos! Aliás, qual não o é? - e deu uma risadinha forçada para o Doutor.
Dr.C: Pois é meu amigo, não é nada fácil este tipo de trabalho. Porém, finalizo a minha entrevista dizendo mais algumas palavrinhas que disse ao meu paciente. Ei-las: "me diz uma coisa meu querido, tu por acaso, não está sendo muito exigente? De repente, tu não estás procurando por coisas que não existem?"
O Doutor sorriu para o interlocutor (como se este estivesse concordando com suas palavras; e mais, como se suas palavras tivessem algum sentido). De repente, o interlocutor não suportou mais aquele papo e começou a soltar os ossos no Doutor.
Interlocutor: Doutor, o senhor disse todas essas coisas para seu paciente?
Dr.C: Claro!
Interlocutor: Para uma criança de 5 anos, quer dizer, para um "homenis amadurecidis" - conforme suas mesmas palavras.
Dr.C: Exato! Um homem maduro já.
Interlocutor: A pára com essa brincadeira meu caro, “homenis amadurecidis” até me lembra o Mussum (que deus o tenha), fazendo uma de suas piadas – riu-se, tirando uma onda com o Doutor.
E de saída, o interlocutor atropelou, deixando o Doutor louco de cara.
Interlocutor: Muito bem, encerramos por aqui está entrevista com o Dr.C, que veio nos contar sua bela pesquisa, seus estudos sobe o amadurecimento precoce em crianças de
O Doutor por pouco não saiu sem se despedir, devido ao corte do interlocutor, mas após rápida reflexão, preferiu finalizar decentemente.
Dr.C: Eu que agradeço. Abraços pra todos os amigos da rádio Blumenau.
O Doutor se retira do studio de gravação indignado.
Interlocutor: Seguimos com nossa programação, aqui na rádio Blumenau, a sua rádio preferida. E vamos de samba de primeira, Cartola DJ!
DJ: (fala em off para o interlocutor) Certo chefe, vou colocar uma sonzera pois não agüentava mais o papo daquele cara, pra mim esse Dr.C ta louco.
Interlocutor: (em off para o DJ) Toca mais e fala menos meu querido! Cartola neles!
Antes de começar a música, colocaram a vinheta da rádio: “Rádio Blumenau, a melhor, a maior, a mais-melhor de boa”!
Este programa foi apresentado no dia 13/11/72, última aparição do Dr.C em público vivo. Ele foi encontrado na madrugada do dia 14 enforcado numa laranjeira. Até hoje a sua morte é um enigma para a sociedade.
Algumas pessoas acham que foi o DJ que assassinou o Doutor, devido uma richa antiga, por causa de gatinha. Há também quem crê que foi o interlocutor, pela maneira como este conduzia a entrevista, com palavras rudes e zombeteiras direcionadas ao Dr. Alguns conhecidos do Doutor acreditam que tenha sido o Paciente, pois sabiam quanto o Doutor abusava nas suas seções, utilizando pesadas teorias evolucionistas mescladas com filósofos que ninguém jamais ouviu falar. Como por exemplo: “Claudióteles, um primo de Aristóteles e cunhado de Luiz XV”, como ele dizia para tornar real seus desvairos e alucinações. Mas o problema não era só este, pois o Paciente apesar de ter 5 anos de idade, já era budista desde os 3 (influenciado por uma “priminha”), e acabava por criar varias brigar ideológicas entre este e o Dr. Porém, nada foi comprovado para a polícia.
Noves fora as suspeitas, a polícia concluiu o caso afirmando o suicídio, já que quando o Doutor foi encontrado dependurado na laranjeira, saia um líquido da ponta de seus dedos dos pés (que os peritos disseram ser suco de laranja). Somado a isso, foram encontradas seringas hospitalares e centenas de caixas de vitamina C na casa do doutor.
O Doutor morreu taxado como “viciado em laranja” pela população (foi assim que saiu nos jornais), e suas pesquisas, além de não terem chegado a lugar nenhum, ficaram completamente desconhecidas pelo mundo científico e desapareceram no tempo junto com o Doutor.
Bobô, o Aramburu