Eu quero renascer para a poesia
Viver só e distrair minha agonia
Em versos
Em vida
Em nada
Agora, já não quero mais nada
Minhas forças se resumem a nada
Enclausurada
Nessas vestes que não são minhas
E é por isto, só por isto:
Afirmação de mim
Que escrevo essas linhas
(Questão de sobrevivência)
Sei que à noite não terei comigo
Aqueles amigos
Para cultivar indecências
Ó, horror a tudo que não é nada!
E de que servem as flores
Senão para cobrir de vaidade
Os olhos que se enfeitam
Dos vasos
Dos cadáveres
Dos amores?
As flores secam
E sem seus perfumes
Sem suas cores
São nada.
Eu quero nada!
Para que sejam cultivadas
As flores mortas do meu peito
Depois, quero uma boa madrugada
Para encharcá-las de mim
Assim, cumpro com eficiência
Um dos fins da humanidade:
Preencher o nada!
(Em meu pobre peito)
Flores mortas a olhos tortos
Eram nada
Hoje, movem minha poesia.
Lud
Aqueles amigos
ResponderExcluirPara cultivar indecências!! Adorei isso Lud! Bjs saudosos, Karin
Adoro cultivar indecências...
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