Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação.
O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond:
Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida.
Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.
- Me diz uma coisa Platão, se eles querem dobrar então porque eles não vão reto? - Meu caro Dadá, justamente porque eles querem dobrar que eles não podem ir reto! - Sei disso "Plati", mas a minha dúvida é porque eles não vão reto, se eles querem dobrar? - Dadá, se eles realmente querem dobrar eles não podem ir reto, exatamente para poder dobrar! - Não me enrola "Plati" com esse papo. Supõe apenas que eles foram reto ao invés de ter dobrado. - Bueno Dadá, daí concluímos que eles não fizeram o que realmente queriam! - Mas querido Platão, quem disse que eles queriam dobrar foi tu! - Caro Dadá Maravilha, isso é lógica e não é coisa para jogador de futebol! - Concordo Platão, por isso mesmo que vim pedir a ajuda do amigo. Pena que não fostes claro e verdadeiro comigo! Logo eu, teu discípulo mais dedicado. - Dadá, vai ver se eu não tô lá na esquina! - Tá ok "Plati", mas... se tu está aqui na minha frente, como tu poderia estar lá na esquina? - Muito bem Dadá! Destes um grande passo.
Cheirosinha, fofinha, carinhosa... O homem que nunca pegou uma baranga, que de um passo a frente, e se atire no precipício... seu verme, escroto, sub-humano bagaceira, chinelão.
Baranga é carne de primeira, parceirinha, gordinha, queridinha...
Magrinha, bonita e modeloqualquer um leva, mas pra encarar uma baranga só existem quatro tipos: o galovelho, o galocinza, o galotitoe o galo derinha...
Vem! vem minha Baranga bunduda Baranga italiana, cinturinha de ovo Baranga carente, cheirozinha Baranga da vida, Baranga mor Sopinha de fim de noite Baranga ciumenta, Baranga gostosa Raimunda maravilhosa
Já diz o velho ditado: "Baranga é que nem mortadela quem come gosta mas não conta pra ninguém"
Porém, eu sou diferente e não escondo de ninguém, (pois não vejo o que esconder) Quando conheço uma baranguinha Conto logo pros amigos e falo tão bem da princesa que eles chegam a ficar com água na boca... como se ela fosse umtoicinhode côco.
A água morna escorre pelo seu corpo relaxando os músculos, adormecendo os pensamentos, mas não os eliminando, um pensamento é impossível de ser apagado, fica ali quietinho, às vezes é esquecido, porém continua a existir, é a matéria não palpável que dá forma à realidade. Pablo tinha consciência deste fato inegável, porém amedrontador, de estarmos presos a nossos pensamentos, juízes mais que implacáveis de nossos atos e a nossos corpos, os mausoléus esquecidos, largados aos caprichos do tempo, que marca sua passagem em ambos, a água morna não é suficiente.
Faz frio, o que aumenta ainda mais a sensação de desolação, veste-se rapidamente enquanto o café esquenta no fogão velho onde apenas dois queimadores são utilizáveis, só, em uma noite de inverno após um mortificante dia de trabalho; tudo se resume a ler um velho livro de páginas ruídas pelos cupins até que o sono chegue, o personagem é tão semelhante a ele que isso o faz perder o sono, aquele livro do cara que acorda e descobre que se transformou em um inseto.
Talvez uma punheta ajudasse a relaxar, mas Pablo está perdido no labirinto formado por seus pensamentos, o pau não sobe, além do mais suas mãos não aguentariam mais uma sessão de onanismo, seu corpo necessita de realidade, seja lá o que isso queira dizer, dito de outra maneira talvez isso signifique, um corpo quente e feminino que lhe ajude a esquecer-se de si mesmo, só lhe resta vestir as calças.
O café desce amargo e morno, não foi aquecido o suficiente e não aquece o suficiente, sente-se uma planta que esqueceram de regar e que aos poucos está perdendo as folhas e secando. Uma trovoada e o clarão de um raio que cruza o céu são vistos através da cortina mal fechada, anúncios de que a tempestade não tardará, a noite será longa, o vento sopra forte lá fora, um pingo lhe cai na face, irrita-se por ter esquecido daquela goteira, enfim a realidade se faz presente.
Há o cara vendo a vizinha trocar de roupa distraída
O cachorro enterrando o osso
E osso de dinossauro sendo desenterrado
Tem festa de batizado e formatura.
Tem alguém que acabou de deixar
De acreditar em Deus
E tem alguém vendo a luz.
Tem uma alma queimando no inferno
E outra indo pro céu.
Tem o cara gozando, por trás
E outros dois transando no banheiro
A guria apanhando por que ta grávida
O cara tirando meleca do nariz
E outro colocando piercing
Tem vinte e dois homens de coxas
Bem torneadas jogando futebol
E um alcoólatra dormindo na calçada.
Aquele casal que se separou
Começa a perceber o quanto se gosta
E a criança que estava nascendo
Nasceu.
É uma menina, se chama Constanza
Vai morrer aos vinte e cinco
Acidente de carro, fatal.
Ela vai morrer grávida
E a criança, por um milagre,
Destes que o destino cria às vezes,
Sobreviverá.
Tem um cara sendo multado
Outro no telefone
E um que perdeu a carteira.
Tem uma puta descansando
E um gordo tarado pensando.
Tem uma flor desabrochando
Um lindo dia de sol convidando
Uma escritora tentando parar de escrever
Tem uma porta se abrindo
Um cara sentado, com sono
Uma casa desabando.
Neste exato momento
Em algum lugar do mundo
Este poema chegou
E tem alguém o lendo.
ANA BEISE
terça-feira, 21 de julho de 2009
o peixe o anzol o fogo a banha a pança a merda o guaíba o guaíba não tem mais o peixe o anzol o fogo a banha a pança a merda o guaíba o guaíba não tem mais o peixe e eu ainda como.
É por esta teimosa mania de te gostar cada vez mais e desejar teus desejos todos os dias que minha cama parece tão vazia Em uma noite que nem de longe a breguice chamaria de fria Equívocos da gramática e da novas tecnologias São as forças (i)moventes que junto a novas teologias Mexem com a idiotice do mais incerto na grande folia que na festa de alforria teima em perder-se no brio da calmaria Quando penso estar em terras longínquas da poesia É nesta noite grilosa que o berro se anuncia E depois da batalha entre minhas fracas esquadras em tuas ilhas O bélico e fálico se emudecem na nudez da gritaria No final, aos rolos e trâmites da justiça vadia Fico entre soluços, bichos e desculpas de grosseria e só um poeta salva, quebrando a lógica das letras em romaria O carioca, que em terras firmes parece falar melhor que ninguém sobre as letras da paixão, das mulheres e da Bahia
Viva a tristeza fora de fim, a felicidade, e o sim Que mesmo depois de tantos soluços sem fim Guardam todas tuas belezas em mim
Agradecemos a participação de todos no ORGIARTE II. Parabéns ao músico Nino Prestes, às dançarinas Morgana e Natália, às fotógrafas Tamara Belles, Renata Elisa e Ana Beise, aos que mandaram seus poemas para o Livretu II e a todos os amigos e amigas que ajudaram na realização do evento.
A partir da data de hoje, 25 de junho, estão abertas as inscrições para o concurso Poemas no Ônibus e no Trem 2009. A data do encerramento é 24 de agosto.
Lembramos que as incrições podem ser realizadas pelos Correios, via internet no site da prefeitura e também pessoalmente no endereço: Av. Érico Veríssimo, 307; CEP: 90.160-181 - Coordenação do Livro e Literatura - Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues. O horário de atendimento é das 09h às 12h e das 14h ás 18h.
Telefones: 0xx 51 3289-8074 e 3289 - 8076 Email: poemasonibus@smc.prefpoa.com.br
Já faz alguns anos que deixei de sonhar, quando a vida se torna muito dura a imaginação vai embora, foi isso que aconteceu, fiquei seco. Se as máquinas possuíssem imaginação pensariam por mim, pois, já não consigo me diferenciar delas, quando entro no ônibus pela manhã, não sei se estou sendo carregado ou, se sou eu quem carrega toda aquela gente em minhas costas. Pensando bem, acho que me transformei em uma máquina sim!
E foi assim que nasceu a tragédia que narro a seguir, sorrateiramente se entranhando em minha vida e na vida de quase todos, o som dos motores fez com que não ouvíssemos a marcha. Que marcha? A marcha da criação das máquinas, da qual ninguém conseguiu escapar ileso.
Ninguém ouviu! Mas o Senhor disse:
- Façam-se os parafusos! E os parafusos nasceram.
- Façam-se os motores! E eles rugiram.
- Façam-se as fábricas! Para que possam crescerdes e multiplicar-vos, pois sereis os senhores de tudo, até onde a vista alcançar!
Por fim, depois de tudo criar à sua imagem e semelhança, vendo que as máquinas se sentiam sós, ordenou:
-Que se façam os homens! Pois de que serve um mundo tão perfeito e racional sem distrações? Então, depois de ter criado o mundo, as máquinas e os homens para servir-lhes de alimento, no sétimo dia, Deus morreu!
Imagine um buteco, em um fim de noite. A chuva cai, São Pedro chora, ou como diz Baby Camanducaia: Chove na Terra Santa! Sopas, pães, cervejas quentes bem geladinhas.E o povo fala, e como fala essa turma. Parece que só vieram aqui para falar. Opa! Tem gente mentindo ao redor, exagerando, falando mal de pessoas alheias. Que barulho insuportável! - "Só vou te avisar,tem garçom caguetando!"
e...
Se fossemos pinchers discutindo avidamente em uma reunião de condomínio?
Se fossemos minhocas brigando por uma terra mais fértil?
Se fizéssemos parte uma colônia de bichos-preguiça conversando em silêncio, bem baixinho, sobre coisas que ninguém jamais ouviu?