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Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.

domingo, 16 de maio de 2010

Dama Relapsa:

Na cidade, brisas e carinhos
tocam-me na pele escamosa, em instantes sinto que entram
em mim, deslizo.
Doce alento ainda sentir vida.
Alívio! Alívio, ainda viva. E não mais...
No escuro.
Não esqueço.
Eu estou cansada.
A respiração vem pesada e depressa
desce até o fundo do pulmão, feito terra entalada.

Reviro-me e embora relute cada vez mais
escorrega, lentamente por dentro do corpo todo
depois da boca, a garganta.....
e nada posso fazer,
os pés afundam imóveis.
meus olhos onde estão?
sinto apenas que transpira pela pele
rendida.

Penso, a noite que amei
a ilusão, entre luzes o chapéu abobado
entre luzes, a tua voz
as mãos no peito. Era verdade.
Sutis elas aguardam a manhã em que
virá extrema unção, virará podridão
terra após terra e todos os insetos do abandono,
cobrindo o que não digo para ti.

Ah! Engasgo de falta!
E nem mesmo queres! Tristeza.

Esverdeada e vermelha, em aparência
tsatisfaço na minha nova condição.
E a intensidade costurada no peito não
é
escudo
para
dores me mordem os tornozelos.
É forte, tento permanecer bem
bebendo o resultado dessa ebulição.

Ela à deriva, eu.
Escondida, lobo e inquietação
fingis então que desapareci
por detrás das árvores
vejo a nossa brincadeira
por beijo.
Canto dormindo, converso palavras, flor do outono!
ressecada e prometida viva,
desabrocha dálias seus leques, sandálias, sacolas
feridas,os perfumes secretos e intragáveis
os meus desejos! que desejo
desejo passo.... desejo...

Ao céu, os pressentimentos
da chuva, cai das nuvens lágrimas cinzentas!
Tudo embaça os vidros, tudo o vento quente...
O Sopro, sopro, sopro, sopro...

Estou saindo então, ou indo cansada,
pelo caminho sem certezas ,pediram-me para confiar.
O que foi? Tu falaste em tristeza de repente...
O teu consolo, teu colo vazio sem rastros,
a dor inflama confusa e tola.

Pára. Pouco a pouco, com cuidado
a paz caminha, e não espera.

Paola Mallmann

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