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Blog dedicado à livre literatura. Poemas, contos, crônicas, músicas, palavras ao vento... e o que te fizeres viajar pela imaginação. O LIVRETU é livre, e surgiu da idéia de alguns amigos dividirem suas produções, delírios, sonhos, alegrias e letras. Envia tuas composições também! Faça parte dessa grande esfera literária. É livre. E como fala nosso grande Drummond: Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Envia para livre_tu@hotmail.com tuas idéias. O blog já fez 2 anos e comemora com uma mini-edição impressa e uma confraternização de artes, o ORGIARTE, ambos indo para a sétima edição.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Discurso Direto

Mesmo que fosse um sonho ruim, eu custaria acreditar no que está acontecendo. Porque sei que até mesmo se fosse um sonho, seria melhor do que a minha realidade agora.
Eu poderia simplesmente pedir que você casasse comigo, e me fizesse feliz por toda a vida. E eu iria chorar rios de lágrimas em sentir o que você supostamente estaria sentindo nesse momento. E eu daria qualquer coisa para estar na sua pele, e mudar seus sentimentos, ou pensamentos. Ou então, eu poderia lhe pedir que cantasse uma música suave em meu ouvido, e me puxasse para dançar lentamente, cantando suavemente, com sua voz grave; na rua, no parque, no metrô, no supermercado, em qualquer lugar, onde só existissem nossos corpos satisfeitos. Os dois. Corpos completos. Os dois. Livres e sem marcas tristes nos olhos, sem roupas que nos rotulassem, sem qualquer sinal de infelicidade. Eu poderia te contar sobre minha vida triste, ou feliz com você, te beijar os olhos, e dentro deles enxergar minha alma nas nuvens ou na lama. Beijar seus lábios doces, e te abraçar fortemente como se estivéssemos grudados para todo o sempre, como havíamos combinado antes. Olhar sua face maviosa, e lembrar-se de cada pedaço seu dentro do meu corpo; agora, meu corpo mais morto do que vivo; por dentro ainda restam esperanças significativas, mas por fora só resta o que eu chamo de corpo ideável, como algo que ainda se pode idear. Sentiria por você aquilo que ninguém sentiu antes, nem confiou antes pra você. Eu. Inteira. Imersa em sua vida de corpo e alma. Mesmo com ela na lama, ou feliz por ter a sua alma por perto. E sentiremos juntos, a mágica dominação de duas almas quentes dentro de nós. Imobilizadas por nossas veias escorregadias. No crepúsculo daquela rua, estaríamos emaranhados como dois pássaros livres, contando sua liberdade majestosa e serena. E agora aqui, drasticamente eu sinto meus pés gelados, e minhas mãos temerosas neste texto tão complexo, onde o duelo é comigo mesma e meus sentimentos tão, tão atraentes por você. Se eu fosse qualquer outra pessoa, com qualquer outra vida, com qualquer outra alma, com qualquer outra personalidade, eu poderia ficar aqui dando voltas nos assuntos, eu poderia lhe falar sobre Galileu Galilei, por exemplo, e de como antes de seu nascimento todos acreditavam que a terra era o centro do universo e que o sol girava em torno dela. E você iria perceber neste simples exemplo, como o que achamos ser certo agora, amanhã pode ser errado e frustrante para o resto de nossas vidas. Mas o fato é que eu vou direto ao ponto alto da “coisa”. No eixo de cada detalhe minucioso, que para mim são ricos em deixar o “outro” em confusões neurológicas, e é isso que me agrada muito. Porque eu sei pouco sobre a vida, mas o que sei dela, é que é curta e passageira, que pensar em você é adorável, e que você sempre será meu, aqui dentro do peito que bate forte feito a velocidade do vento quando anuncia temporal e que é aqui dentro, o seu único habitat natural. E depois de tanto discurso direto, você só precisa saber, que acaba com todos os meus Medos.

Priscilla Leme

Um comentário:

  1. Apenas uma manifestação de carinho, pelo texto tão complexo! Faz tempo...

    beijos

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