Dinheiro na mão?
Dinh?
?
O Dinheiro é a escória dos papéis.
Se o choro é um prisma luminoso
O que seria a dor para Paulinho da Viola?
Um jardim com espinhos?
Um amor desvivido,
vivido sozinho?
Um coração ferido com a maior bitola da dor?
Ou apenas um samba bamba?
Um lamento?
Seria algo sem argumento?
Não sei...
Só sei que meu mundo é hoje,
a dor se foi,
como um rio que passou em minha vida.
Tenho apenas bons sentimentos
Nervos de aço,
e nenhum arrependimento.
A dor do sinal fechado
foi identificada e
já curei meu coração imprudente.
Só tenho uma cisma:
que o teu brilho encontre o meu sorriso sempre.
Afinal amor é assim:
faz tudo mudar
É só alegria, tristeza não tem lugar.
K.L.M.
Essa dúvida que assola
Mas que some logo com o copo
…que me… consola
Esse desapego que me enfurece
…e já pouco entristece
Chamas a atenção…
Olho
Talvez, espanto…
Acostumo… sabes?
Oxalá fosse diferente, oh pá!
Quanta apatia há de nos afogar!?
Vivêssemos um dia sem uma questão qualquer a resolver!
Deixe cá as quaisquer…
Traga-me logo este imperial,
melhor, um fino…
Antes que daqui eu finja… e sigo…
Queres casar comigo?
Quando acordar, é que verei…
…Ah! Deus!
…A noite de copos em que me afoguei…
Aline Pauli Mallmann
“Mas há a crítica!”
Andam hoje comigo
Junto à banalidade das bocas
(E é como uma espécie de mito)
Danças de García Lorca
E dançam comigo também
Todas essas imagens
Encontro de Admiráveis Mundos Novos,
Encontros de uma poesia selvagem,
Encontros.
E gritam ainda nos meus ouvidos
Protestos de homens perdidos
Náuseas , Tabacarias
Guardadores de um Rebanho em verso.
As vozes que esquentam a cama
Documentos, entrevistas
Eu ouço a voz de todos os artistas
Eu ouço a lama.
Muros, Zaratrustras
Memórias desassossegadas
De um Subsolo.
Inexistentes
Em todas as paredes
Que me envolvem.
Incoerentes
Com as palavras latentes
Na boca de todos.
Donzelas, neuroses,
Ditaduras muito bem representadas
Há história na grande boca da piada.
E há Vinícius em tudo o que vejo
Há amor, há amor
E um bocejo.
Morgana Rech
Na chuva
Só espero a tua companhia,
Para meu corpo se aninhar no teu.
Minha pele estar com a tua.
Serei leal...
Quero teu beijo,
Quero teu queixo,
Quero te descobrir,
Viajar pelo teu cosmo
E não encontrar nenhuma pedra no caminho,
Quero teu lirismo,
teu ritmo,
tua música.
Quero roubar tua cena.
Que seja na chuva, na praia,
Na noite, na cama, na lama.
Não ter sono,
Só aquela preguiça nossa.
Nada de fossa.
Que venha apenas a bossa.
E o que tiver que vir.
Sejamos atletas
De nosso desejo.
Que a paixão nos tempere,
Que o amor nos complete,
Que a música nos embale,
E que a estranheza esteja presente
Para nos surpreender,
Assim como o mistério,
Para desvendar trilhas pelos nossos corpos.
E a dor...que venha, só se for de fadiga.
Enquanto a garoa persistir.
K.L.M.
Ele viajou em um balão
Para o lugar que sempre sonhou
Conheceu coisas que sempre imaginou
Sonhou em ser ator
Palhaço de circo.
Presenciou uma revolução de amor
Revolucionou seus sentidos
Teve tudo que sempre pediu
Viajando em seu balão.
Viu guerras e destruição
Fome e desunião
Viu a Dona Morte
Olhou em seus olhos
Até que o amor o salvou
E continuou viajando em seu balão.
Foi a uma terra encantada
Nada confuso
Flores e sois... Animais
Tudo tão bom e puro
Até que o amor acabou
Seu sonho morreu
Pereceu desolado
Encontrou a dor e findou
Simplesmente morreu.
Morreu de amor
E não por que o balão furou.
Ana Beise
Posso dormir?
Posso?
Não!
Receio despertar assustada
Com mais uma alvorada
Alvorada desesperada
Não suporta a minha sombra
Fugiu-me um verso...
Vá, voe daqui verso inútil!
Eu quero dormir!
Mas hoje não dá!
É a sombra da idéia
a me torturar
Deixa eu vomitar-te
parir-te
expelir-te
tornar-te manifesta
Saia de mim
e faça a tua festa!
Estás a afetar meu estômago
Em minhas veias passeiam
litros de angústia
HERPS, brotoejos, fungos
na cútis!
Que baita idéia
(idéia inútil)
Por onde sais?
Paralisou somatizada?
E pra onde vais?
Não irás pelas palavras...
Elas foram assassinadas
Tratei, eu mesma, de matá-las
Todas...
Engasgadas!
Restam-me agora
Um quarto de hora e
de papel, três polegadas
para eu cometer mais um crime
E por onde sais
por onde sais?
Idéia sublime!
Ludmila Flores